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Supletivo x 2ª Guerra de 1945 Impactos na Educação

Antônio Carlos Gil e Antônio Joaquim Severino

Atividade I

Dona Jacira está muito contente porque hoje é o dia de sua formatura na turma de alfabetização do Centro Comunitário. Finalmente aprendeu a ler e escrever. Quando tinha 7 anos, o pai não a deixou ir à escola, disse que isso só servia pra escrever cartinhas para namorados. Ela precisava ajudar a mãe na cozinha da fazenda onde trabalhavam e em 1950, o pai dizia que pretos e pobres não precisam de escola. Porém, as coisas mudaram e dona Jacira precisou morar na cidade, onde leitura e escrita eram muito importantes e ela dependia de outras pessoas para fazer coisas muito simples, como tomar um ônibus. Agora, mesmo idosa, seria mais independente do que nunca.

Analisando as mudanças que ocorreram na sociedade brasileira a partir da década de 1950, explique as razões pelas quais crianças abandonavam a escola em décadas anteriores e por que questões que envolvem as desigualdades de gênero e étnico-raciais, como o fato de dona Jacira ser mulher, negra e pobre, podem ter sido motiva

Dona Jacira tem muito o que comemorar com toda certeza, assim como muitos adultos que conseguiram enfrentar o drama da Falta de Escolaridade e obtiveram sucesso por meio do EJA (Educação para Jovens e Adultos), pois, quando se trata de vitórias e conquistas pessoais na própria educação e elevo cultural muitos obstáculos pareciam intransponíveis para se conseguir o famoso “diploma”. Dona Jacira, assim como muitos brasileiros, enfrentou muitos problemas culturais alguns no seio da própria família outros na Sociedade que foram implacáveis contra toda uma geração. Antigamente bastava que o indivíduo soubesse ler o próprio nome que já era considerado alfabetizado e apto para votação eleitoral. Do ponto de vista histórico são muitos os preconceitos e grande a desigualdade social, econômico e cultural em nosso país. Infelizmente é uma realidade no Brasil, ficou mais grave neste período pós guerra e recessão, pois, historicamente não podemos ignorar o impacto negativo que a 2ª Guerra Mundial 1945 agravou e potencializou ainda mais as dificuldades para anos subsequentes inclusive nas décadas 1950 em diante. Pessoas que tinham suas fontes de renda voltadas para o campo “a roça”, ou quem morava na cidade o país passando por adaptações frente às mudanças com a industrialização obrigava o povo a ser operários trabalhar em turnos longos de trabalho em firmas sem condições mínimas de segurança, saúde (salubridade), isso quem ainda conseguisse encaixe no mercado de trabalho. Mulheres eram impedidas de ter atividade profissional sem ter renda e acabavam por depender dos maridos. Crianças eram forçadas a trabalhar desde muito cedo quando meninos eram forçados a trabalhar na roça para compor renda pra família, quando meninas eram forçadas a cuidar dos irmãos e fazer comida. Crianças trabalhavam e sofriam cobrança de adultos. Divergências sociais e educacionais eram ainda mais fortes e acentuadas pois bastava o indivíduo nascer pobre já seria induzido a trabalhar desde criança, se esse indivíduo fosse mulher e negro sofreria ainda maiores privações e preconceitos ao ponto de muitas vezes serem excluídos da força de trabalho além de serem depreciados como inúteis e improdutivos. Descriminação e preconceitos por causa de sua raça, sua classe e sua cor. Muitas Crianças com idade escolar quando ingressavam nas escolas não duravam muito tempo porque eram abortadas pela chance de estudar e evoluir culturalmente com o argumento de trabalhar e ajudar a compor a renda para pôr comida na mesa dos adultos e demais crianças.

Os ex-alunos que abandonam a escola passavam a ter baixa estima e cada vez mais acentuava a pobreza e restringia chances de qualificação profissional.

O mercado de trabalho cada vez mais difícil e os operários sem mão de obra especializada com salários bem defasados e barateadas . Isso acaba por gerar um sentimento de desmotivação, aumentando ainda mais a desigualdade no Brasil. Haviam outros motivos também que contribuíam para Evasão Escolar pois algumas escolas eram distante das casas, o transporte escolar muito precário ou caminhões adaptados como os “pau de araras” que eram caminhões de carga adaptados para aglomerar pessoas como gados. Também a escola não despertava interesse e curiosidade das crianças que já sofriam em casa e ainda sofriam precariedade nos transportes. A qualidade do ensino era baixa, doenças eram frequentes, dificuldade do aluno para se concentrar esquecendo dos problemas, só pensavam que precisavam ajudar os pais em casa ou no trabalho, para comer todos tinham que trabalhar, e muitos sofriam proibição dos pais de ir à escola…

As meninas eram obrigadas a ajudar no trabalho doméstico como cozinhar, educar e cuidar dos irmãos mais novos, tarefa essa que era incumbência dos pais. Já os meninos naquela época, eram levados com pouca idade ao trabalho braçal na roça com esforços que até para os adultos já era muito pesado. Faltava tempo para se dedicar aos estudos já que crianças trabalhavam em tempo integral, e para os adultos faltava consciência e disposição para levar os filhos “estudantes” até a escola. Para piorar a situação cultural, existia a ignorância dos pais com relação à educação que alguns tinham a escola como inimiga da renda familiar, muitos pais agiam como empecilhos contra a educação e não deixavam as crianças irem até a escola e também não as levavam. As crianças nem chegavam a completar o Ensino Fundamental. Mesmo sabendo que o ensino fundamental é obrigatório para as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, sendo responsabilidade das famílias e do Estado garantir à eles o acesso à educação.

Os estudantes que abandonam a escola costumam ter baixa estima, o que acaba por dificultar as suas relações sociais e profissionais. Entrar no mercado de trabalho ficava muito mais difícil e a qualidade dos serviços prestados é nivelada por baixo, assim os salários cada vez mais baixos O EJA foi e é uma ótima ferramenta para sanar essa defasagem cultural não só para a Dona Jacira quanto para milhões de brasileiros que até hoje não concluíram nem o Ensino Médio quanto menos o Fundamental.

*** repercussões pós guerra

*** repercussões pós guerra
Juntam-se a isso as situações causadas pelas desigualdades geradas pelas discriminações por causas étnico-raciais e de gênero, agravadas pelas diferenças socioeconômicas, que tornam mais difícil a trajetória de mulheres, negros e pobres.

Pedagogia 1 Plano de Estudos

A disciplina Projeto Integrador de Competências em Pedagogia I, definida como uma estratégia pedagógica de caráter interdisciplinar, se destina à execução de um projeto integrador que estabeleça relações entre as disciplinas do terceiro semestre do curso de Pedagogia: Metodologia de pesquisa, Sociologia, Educação de Jovens e Adultos, Língua Portuguesa, Alfabetização e letramento e Fundamentos metodológicos do ensino de História e Geografia. Para isso, foram estabelecidos objetivos em que se pode constatar as relações entre elas. Nesse sentido, a Metodologia de pesquisa e a Língua Portuguesa são abordadas como áreas transversais, que perpassam todas as disciplinas no momento de produção de um trabalho acadêmico, tendo em vista o objetivo de desenvolver habilidades de estudo e pesquisa na busca de resolver as situações-problema apresentadas e registrar as respostas sob a forma de textos escritos com coerência e coesão conforme as normas e direcionamentos da pesquisa científica. A produção textual que daí se origina deve ser analisada levando-se em consideração os aspectos socioculturais e históricos necessários para que o aluno exponha seus conhecimentos de modo a atender às demandas acadêmicas e profissionais. Como boas referências metodológicas, é imprescindível recorrer às normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e a autores como Antônio Carlos Gil e Antônio Joaquim Severino, que podem subsidiar os registros e as etapas de pesquisa devido à vasta obra escrita por esses autores a esse respeito. O fio condutor entre as disciplinas Sociologia e Alfabetização e letramento é a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Dessa maneira, um dos objetivos propostos neste trabalho é utilizar conhecimentos sociológicos para compreender o contexto social que levou à necessidade da existência da Educação de Jovens e Adultos. Tal contexto se volta para questões históricas do século XX, em que crianças abandonavam a escola para ingressarem no mercado de trabalho. Mercado este que no início do século passado voltava-se, principalmente, para o trabalho no campo, o que veio a mudar com o advento da industrialização após a II Guerra Mundial (1939-1945) e urbanização no país. Juntam-se a isso as situações causadas pelas desigualdades geradas pelas discriminações por causas étnico-raciais e de gênero, agravadas pelas diferenças socioeconômicas, que tornam mais difícil a trajetória de mulheres, negros e pobres. No século XXI, outras questões sociais se mostram para que jovens não tenham efetivado o seu direito ao acesso e permanência na escola. Isso se mostra claro no artigo de Strelhow (2010), que busca elementos históricos essenciais da educação brasileira de jovens e adultos para entendermos a sua situação atual. A EJA estabelece uma ligação com o ensino regular por meio dos conteúdos comuns, dentre eles a alfabetização, detalhada na disciplina Alfabetização e letramento. Assim, entende o processo de alfabetização e letramento como parte fundamental do ensino de Língua Portuguesa e que demanda métodos diferenciados para crianças e adultos. Tal entendimento requer estudos a respeito de tal processo, fundamentados em obras de autoras como Emília Ferreiro e Ana Teberosky, cujos conhecimentos revolucionaram as concepções e metodologias de alfabetização em obras como Psicogênese da língua escrita, Alfabetização em processo e Com todas as letras,dentre outros livros que foram marcos teóricos nas décadas de 1980 e 1990. No Brasil, destacam-se autoras como Magda Soares e Telma Weisz, com suas obras Alfabetização e letramento e O diálogo entre o ensino e a aprendizagem,principais referências nas primeiras décadas do século XXI.

A alfabetização e letramento não se restringem ao ensino da língua portuguesa, estende-se a todas as áreas do conhecimento ministradas pelo pedagogo em sala de aula. Por isso, é relevante compreender os Fundamentos metodológicos do ensino de História e Geografia como elementos determinantes para o desenvolvimento das noções temporais e espaciais de crianças e adultos. São essas noções que fazem com que cada indivíduo consiga interpretar a sua realidade, entender seu papel no mundo e na sociedade em que se encontra. Autores como Philippe Ariés, Mary Del Priore e Milton Santos, com livros clássicos como História Social da criança e da família, História da criança no Brasil e Pensando o espaço do homem,nos auxiliam na leitura do contexto histórico e geográfico. Quanto aos métodos e possibilidades de ensino, a Base Nacional Comum Curricular (2017) fundamenta os professores quanto ao que deve ser ensinado em cada etapa e autores como Circe Bitencourt e Rafael Straforini apontam referências de ensino para temáticas específicas de História e Geografia nos livros Ensino de História: fundamentos e métodos e Geografia: o desafio da totalidade – mundo nas séries iniciais e outras obras afins.

Strelhow( 2010) em seu texto BREVE HISTÓRIA SOBRE A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL

Strelhow( 2010) em seu texto BREVE HISTÓRIA SOBRE A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL, apresenta uma reflexão sobre as atitudes tomadas no passado que tem suas consequências na atualidade ,mas permite a construção de novos passos a serem tomados, no presente e no futuro. Com o início do século XX houve uma grande mobilização social que pretendia exterminar este mal, o analfabetismo. Começou-se assim, a culpar as pessoas analfabetas da situação de subdesenvolvimento do Brasil. Em 1915 foi criada a Liga Brasileira contra o Analfabetismo que pretendia lutar contra a ignorância para estabilizar a grandeza das instituições republicanas. Na Associação Brasileira de Educação (ABE), as discussões giravam em torno de uma luta contra esta calamidade pública que tinha se instalado. O analfabetismo era considerado uma praga que deveria ser exterminada. No âmago destas discussões estava presente a ideia de que as pessoas que não eram alfabetizadas deveriam procurar se alfabetizar. Era necessário tornar a pessoa analfabeta um ser produtivo que contribuísse para o desenvolvimento do país. Uma das ações tomadas para favorecer o processo de alfabetização foi a assinatura da Lei Rocha Vaz, que estabelecia…
Escolha uma:
a. a União cabia a tarefa de expandir o ensino primário, inclusive para os jovens e adultos assim como a criação de escolas noturnas, o pagamento dos docentes também estava aos cuidados da União e dos Estados.
b. a responsabilidade estava dividida entre os três poderes, considerando que havia pleno interesse dos mesmos, a alfabetização de todos os jovens e adultos.
c. aos municípios o papel de provedor do ensino de jovens e adultos, tanto na orientação técnica como na questão financeira.
d. ao Estado cabia o papel de arcar com todos os gastos, assim como a orientação técnica, a União estava ausente de tais responsabilidades
Escolha uma:
a. a União cabia a tarefa de expandir o ensino primário, inclusive para os jovens e adultos assim como a criação de escolas noturnas, o pagamento dos docentes também estava aos cuidados da União e dos Estados.
b. a responsabilidade estava dividida entre os três poderes, considerando que havia pleno interesse dos mesmos, a alfabetização de todos os jovens e adultos.
c. aos municípios o papel de provedor do ensino de jovens e adultos, tanto na orientação técnica como na questão financeira.
d. ao Estado cabia o papel de arcar com todos os gastos, assim como a orientação técnica, a União estava ausente de tais responsabilidadesEscolha uma:
a. a União cabia a tarefa de expandir o ensino primário, inclusive para os jovens e adultos assim como a criação de escolas noturnas, o pagamento dos docentes também estava aos cuidados da União e dos Estados.
b. a responsabilidade estava dividida entre os três poderes, considerando que havia pleno interesse dos mesmos, a alfabetização de todos os jovens e adultos.
c. aos municípios o papel de provedor do ensino de jovens e adultos, tanto na orientação técnica como na questão financeira.
d. ao Estado cabia o papel de arcar com todos os gastos, assim como a orientação técnica, a União estava ausente de tais responsabilidades

reposta
A. União cabia a tarefa de expandir o ensino primário, inclusive para os jovens e adultos assim como a criação de escolas noturnas, o pagamento dos docentes também estava aos cuidados da União e dos Estados. correta

Correta: União cabia a tarefa de expandir o ensino primário, inclusive para os jovens e adultos assim como a criação de escolas noturnas, o pagamento dos docentes também estava aos cuidhttp://www.institutopilares.com.br/loja/index.php?route=common/homeados da União e dos Estados.

 

Material Complementar l

Atividade I
Dona Jacira está muito contente porque hoje é o dia de sua formatura na turma de alfabetização do Centro Comunitário. Finalmente aprendeu a ler e escrever. Quando tinha 7 anos, o pai não a deixou ir à escola, disse que isso só servia pra escrever cartinhas para namorados. Ela precisava ajudar a mãe na cozinha da fazenda onde trabalhavam e em 1950, o pai dizia que pretos e pobres não precisam de escola. Porém, as coisas mudaram e dona Jacira precisou morar na cidade, onde leitura e escrita eram muito importantes e ela dependia de outras pessoas para fazer coisas muito simples, como tomar um ônibus. Agora, mesmo idosa, seria mais independente do que nunca. 
Analisando as mudanças que ocorreram na sociedade brasileira a partir da década de 1950, explique as razões pelas quais crianças abandonavam a escola em décadas anteriores e por que questões que envolvem as desigualdades de gênero e étnico-raciais, como o fato de dona Jacira ser mulher, negra e pobre, podem ter sido motivações para a sua saída da escola.


********** Resposta em Análise ******
Evasão escolar é o ato de deixar de frequentar as aulas, ou seja, abandonar o ensino em decorrência de qualquer motivo. Esse problema social que, infelizmente, é comum no Brasil, afeta principalmente os alunos do Ensino Médio.
Evasão escolar
Evasão escolar é o que ocorre quando um aluno deixa de frequentar a escola e fica caracterizado o abandono escolar, e historicamente é um dos tópicos que faz parte dos debates e análises sobre a educação pública. Vários fatores podem ocasionar a evasão onar o ensino em decorrência de qualquer motivo. Esse problema social que, infelizmente, é comum no Brasil, afeta principalmente os alunos do Ensino Médio.
Evasão escolar
Evasão escolar é o que ocorre quando um aluno deixa de frequentar a escola e fica caracterizado o abandono escolar, e historicamente é um dos tópicos que faz parte dos debates e análises sobre a educação pública. Vários fatores podem ocasionar a evasão escolar.

Qual o conceito de evasão escolar?
Quando se trata de evasão escolar, entende-se a fuga ou abandono da escola em função da realização de outra atividade. A diferença entre evasão e abandono escolar foi utilizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/Inep (1998).

Quais as causas da evasão escolar?
Os principais motivos que contribuem para a evasão escolar são: escola distante de casa, falta de transporte escolar, não ter um adulto que leve o aluno até a escola, falta de interesse, qualidade do ensino, doenças, dificuldade do aluno, ajudar os pais em casa ou no trabalho, necessidade de trabalhar, falta de O que fazer para acabar com a evasão escolar?
Para evitar a evasão escolar, a solução é investir em tecnologia. Um bom exemplo é usar jogos e aplicativos que ofereçam uma maior interação do aluno com a escola, estimulando o aumento do interesse do aluno pelo ambiente escolar. A Agenda Digital também pode ajudar a evitar a evasão escolar.

Qual o índice de evasão escolar no Brasil?
Uma pesquisa encomendada pelo banco digital C6 Bank, realizada pelo Instituto Datafolha, aponta que cerca de 4 milhões de estudantes brasileiros, com idade entre 6 e 34 anos, abandonaram os estudos em 2020, o que representa uma taxa de 8,4% de evasão escolar.

Qual o papel da escola sobre evasão escolar?
O papel da escola no combate à evasão escolar está justamente em acompanhar a frequência e o engajamento dos alunos. Esse acompanhamento permite que alunos que vivem em condições de risco ou de violência possam ser identificados e encaminhados a órgãos competentes 

As principais causas da evasão escolar e como evitar

A evasão escolar acontece quando o aluno deixa de frequentar as aulas, caracterizando desta forma o abandono da escola durante o ano letivo. Existem muitos desafios para as instituições de ensino no Brasil e a evasão escolar é um dos principais deles. As causas da evasão escolar são variadas, podemos citar algumas como as condições socioeconômicas, culturais, geográficas e também questões referentes ao plano didático e pedagógico e a baixa qualidade de ensino.

Motivos para a evasão escolar
Existem diversos motivos que contribuem para a evasão escolar, sendo que a ocorrência da evasão frequentemente está presente nos anos iniciais do ensino fundamental até o ensino médio.

Os principais motivos que contribuem para a evasão escolar são: escola distante de casa, falta de transporte escolar, não ter um adulto que leve o aluno até a escola, falta de interesse, qualidade do ensino, doenças, dificuldade do aluno, ajudar os pais em casa ou no trabalho, necessidade de trabalhar, falta de interesse e proibição dos pais de ir à escola… É importante salientar que, o ensino fundamental é obrigatório para as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, sendo responsabilidade das famílias e do Estado garantir à eles o acesso a educação.

Consequências do abandono escolar
Os estudantes que abandonam a escola costumam ter baixa estima, o que acaba por dificultar as suas relações sociais e profissionais. Entrar no mercado de trabalho se torna mais difícil e a qualidade dos serviços prestados é nivelada por baixo, tendo em contrapartida uma remuneração mais baixa. Isso acaba por gerar um sentimento de desmotivação, consolidando ainda mais a desigualdade no Brasil.

As soluções para combater a evasão escolar

É preciso que os gestores, coordenadores e professores se reúnam e avaliem os alunos, tentando desta forma detectar se há dentro do corpo discente estudantes propensos a essa situação. Esse é um dever da escola.

Um bom sistema de gestão escolar permite que relatórios de

acompanhamento e dados comparativos de desempenho entre alunos e turmas, faltas e outras informações, ajuda a identificar de forma fácil e objetiva indicativos de que o aluno tem a propensão à evasão escolar, permitindo mais efetividade na ação de combate.

Detectar o problema é o primeiro passo para buscar formas de resolvê-lo.

A verdade é que todos precisam de incentivo, e não só, mas deve ser dada atenção maior aos que já apresentam as características que levam à evasão escolar. Detectado o problema, é preciso avaliar a forma de agir: recorrer à família para buscar uma solução conjunta, por exemplo, afinal, nem sempre a ausência dos filhos na escola é conhecida pelos pais. Num segundo momento, quando os esforços da escola com a família não são suficientes, é hora do Conselho Tutelar ou o Ministério Público serem acionados.

Dicas e estratégias para diminuir a evasão escolar
A evasão escolar tem uma ligação mais forte com a desmotivação do aluno do que a necessidade de conciliar trabalho com estudo. As estratégias para diminuição da evasão escolar devem ser pauta corrente dentro da escola.Ao contrário do que comumente se é avaliado, a maioria daqueles que desistem da escola não o fazem por conta do trabalho, mas porque não se sente motivados pela própria escola.

Estatísticas da Evasão Escolar
Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas em 2009, cerca de 40% dos alunos que abandonam o Ensino Médio o fazem por falta de interesse, enquanto 27% o fazem pela impossibilidade de conciliar estudos e trabalho. Para combater esse quadro e fazer com que os alunos permaneçam estudando, pelo menos, até a conclusão do Ensino Básico, são necessárias medidas concebidas pelas próprias escolas, de modo a estimular e acompanhar decisões drásticas ou inconsequentes de seus alunos com relação à educação. Essas ações deve m ser aplicadas durante o ano todo e, muitas vezes, um acompanhamento individual de cada caso se faz necessário por parte da equipe pedagógica. Veja aqui algumas dicas para diminuir a evasão escolar:
Acompanhamento da frequência escolar do aluno
Além de ser uma medida necessária para a organização estrutural e pedagógica da escola, é também uma estatística para que o gestor tenha elementos que permitam uma análise com maior precisão no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem de seus alunos, elaborando
estratégias pedagógicas direcionadas a eles. O uso de um bom software de gestão escolar permite o acompanhamento com relatórios e gráficos, que permitem o gestor tomar decisões mais rápidas e assertivas.
Campanhas de incentivo à assiduidade
Cartazes, mensagens de incentivo à assiduidade: a gestão escolar pode colar cartazes, enviar e-mails ou mensagens através de redes sociais de incentivo aos alunos para pararem de faltar. No entanto, essas mensagens devem preferencialmente ser de teor bastante cuidadoso, algo como “sentimos sua falta nas aulas”, demonstrando acolhimento e cuidado, fazendo com que o aluno ausente se sinta valorizado e amparado pela escola.
LEIA MAIS EM:   A importância da aproximação com os pais no processo de  aprendizado do aluno 
Falar com interlocutores
Contatar interlocutores próximos: o aluno que anda faltando normalmente possui colegas mais próximos que podem lhe transmitir a preocupação da escola de forma mais pessoal. Esse é um jeito humano e cuidadoso de transmitir um primeiro alerta.
Diminuir a evasão escolar com a prevenção
A equipe gestora pode orientar a comunidade que atende, com cartazes, visitas às famílias dos alunos, e-mails ou mensagens através de redes sociais, tentando educá-la a combater a evasão escolar.
É possível reproduzir histórias de abandono escolar que tenham sido revertidas, contando um final feliz que motive os alunos a continuar. O importante é encontrar uma maneira de chegar até as famílias e mostrar a elas que a escola se preocupa com os seus alunos.
Falar com a família
Tratar diretamente com o aluno e sua família: quando não tem mais jeito, ou o aluno volta hoje para escola ou já está praticamente reprovado por faltas, é preciso que a equipe tente uma última cartada e fale pessoalmente com ele e sua família sobre a situação e suas consequências para o futuro.
Nesse sentido, vale uma avaliação de cada caso e não generalizações. Uma  conversa pessoal revelará os motivos reais das ausências do aluno e as medidas cabíveis e possíveis que a escola poderá tomar e auxiliar o estudante.
Dentre as principais razões pelas quais as crianças abandonavam a escola nas décadas anteriores, podemos destacar:
1ª) para ajudar no trabalho doméstico – nesse caso, essa tarefa ficava mais com as crianças do sexo feminino, muito por conta da ideia de que a menina deveria saber preparar alimentos e cuidar dos irmãos mais novos.

2ª) para ajudar os pais na lida com o trabalho na roça – esse trabalho era realizado por meninos e meninas. Naquele época, o trabalho na roça ra bem mais manual e requisitava muita mão-de-obra de toda a família.
3ª) ignorância dos pais com relação à educação – nesse caso, a ignorância era representada pelo fato de não saber o quanto a educação poderia transformar a vida dos filhos. Desse modo, mesmo que os filhos quisessem estudar, muitos pais não deixavam eles irem até a escola.
Desigualdade racial na educação brasileira: um Guia completo para entender e combater essa realidade Reunimos os principais conteúdos do Observatório de Educação sobre o tema para explicar o que é essa desigualdade e a importância da educação para combatê-la.

 

CHARON, J. Desigualdade na sociedade. In: CHARON, J.; VIGILANT, L. Sociologia. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, p. 88-99 (e-book).  CITADIN, D.; BADALOTI, G. EJA e mulheres: os motivos e objetivos do retorno das mulheres à escola na EJA unidade de Urussanga-SC. Florianópolis: IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina. Disponível em: <https://repositorio.ifsc.edu.br/bitstream/handle/123456789/368/EJA%20E%20MULHERES.pdf?sequence=1>. Acesso em: 20 ago. 2020.

 

Breve história sobre a educação de jovens e adultos no Brasil

  • Thyeles Borcarte Strelhow Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

DOI:

Palavras-chave:

Educação de Jovens e Adultos. História. Educação. Ações Governamentais

Resumo

Este artigo rebusca elementos históricos essenciais da educação brasileira de jovens eadultos para entendermos a sua situação atual. Assim, analisamos ações políticas que, nodecorrer da historia, tentaram desenvolver o que hoje chamamos de EJA. Tambémprocuramos explicitar as concepções referentes ao analfabetismo e à pessoa analfabeta,mostrando todo o preconceito impregnado no iletramento. Para tal, delimitamos a história apartir do Império até os nossos dias. Foi uma decisão própria do pesquisador, pois foi como surgimento do Império que o Estado começou a dar maior atenção à educação. Oobjetivo deste artigo é buscar a reflexão sobre as atitudes tomadas no passado que têm suasseqüelas na atualidade, proporcionando uma reflexão sobre novos passos a serem tomadosno presente e no futuro.

Biografia do Autor

Thyeles Borcarte Strelhow, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Graduando em Teologia pela Faculdades EST e em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Referências

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OLIVEIRA, Romualdo L. Portela. Educação de Jovens e Adultos: o direito à educação. In: Mesa Redonda: Direitos Educativos e a EJA no Brasil. 16o Congresso de Leitura do Brasil – COLE, X Seminário de Educação de Jovens e Adultos. Campinas: UNICAMP, 11 a 13 de julho de 2007, http://www.alb.com.br/anais16/prog_pdf/prog01_01.pdf, acessado em 05 de maio de 2008.

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SANTOS, Edicleia Aparecida Alves dos; STREMEL, Margareth Leonardi Kuhn; OLIVEIRA, Rita de Cássia da Silva. A Necessidade de Reinventar a História da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Universidade Estadual de Ponta Grossa – UEPG, 2004. http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/edicleia_margareth_rita_necessidade_%20reinventar_eja.pdf artigo em PDF acessado em 24 de setembro de 2007.

STEPHANOU, Maria; BASTOS, Maria Helena (orgs). Histórias e Memórias da Educação no Brasil. Vol. III. Petrópolis: Vozes, 2005.

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Como Citar

STRELHOW, T. B. Breve história sobre a educação de jovens e adultos no Brasil. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, SP, v. 10, n. 38, p. 49–59, 2012. DOI: 10.20396/rho.v10i38.8639689. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/histedbr/article/view/8639689. Acesso em: 17 maio. 2021.

Edição

v. 10 n. 38: jun. 2010

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Rev. HISTEDBR On-line, Campinas (SP) – ISSN 1676-2584.

 

EJA Supletivo Mulheres

Empoderamento feminino na EJA

Trabalho interdisciplinar realizado na EMEF Zilka Salaberry de Carvalho evidencia o poder emancipador da Educação

Publicado em: 25/03/2019 12h59 | Atualizado em: 04/05/2021Compartilhar com WhatsAppCompartilhar com FacebookCompartilhar com TwitterImprimir este conteúdo

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Na zona norte de São Paulo, no bairro Jardim Peri, estudantes que cursam a Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Zilka Salaberry de Carvalho, da Diretoria Regional de Educação (DRE) Freguesia/Brasilândia, são estimulados a pensar sobre o papel da mulher e seu poder na sociedade. Atividades e discussões são realizadas durante todo o ano letivo, de forma interdisciplinar, nas aulas regulares das turmas de 1ª e 2ª etapa, que equivalem à alfabetização.

Com uma turma heterogênea no que diz respeito à faixa etária, orientação sexual, cultura e aprendizagens, a Professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental I, Paula Angélica Pimentel Prado, diz não encontrar “histórias de fracasso” quando pensa nas experiências pedagógicas já construídas por seus estudantes. Em sua turma, há adultos que nunca frequentaram uma unidade escolar e que, hoje, orgulham-se de estarem sendo alfabetizados. “Alguns nem conheciam as letras do alfabeto!”, enfatiza a professora.

Paula conta que a temática do empoderamento feminino é uma constante em seu trabalho, pois sabe quantas barreiras são rompidas para que, sobretudo, as mulheres tomem a iniciativa de fazer a matrícula na EJA. “Sair de casa à noite e distanciar-se da família e do esposo para estudar é sempre uma atitude que exige muita força da mulher, devido à cultura machista que ainda está impregnada na sociedade. Acredito que seja um dever tratar diariamente de temas que as façam se sentirem mais seguras e certas de que estão no caminho certo”, conta a professora.

“Nesta semana, por exemplo, uma aluna nossa, com mais de sessenta anos e que está frequentando a escola pela primeira vez, me disse que foi ao cartório assinar um documento com a cabeça erguida, pois não precisou que ninguém escrevesse seu nome para que ela copiasse. Ela conseguiu fazer a escrita sem apoio pela primeira vez na vida! Lembrar que ela chegou, em fevereiro, sem reconhecer o alfabeto e sem saber o nome, e ouvir esse relato, me emociona! Ela também me disse que o filho lhe enviou uma mensagem escrita pelo aplicativo de conversas e ela conseguiu ler, deixando ambos orgulhosos – e a mim também, lógico!”, comemora a alfabetizadora.

De forma interdisciplinar, a professora – que é polivalente e leciona Língua Portuguesa, Matemática, Geografia, História, Ciências e Artes durante todos os dias da semana – também fala sobre os tipos de violência doméstica, igualdade de direitos, questões de gênero e estimula a desconstrução da cultura machista, sempre contextualizando com os conteúdos dos diversos componentes curriculares.

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EJA E MULHERES: OS MOTIVOS E OBJETIVOS DO RETORNO DAS
MULEHRES À ESCOLA NA EJA UNIDADE DE URUSSANGA-SC
CITTADIN, Diego1
BADALOTTI, Greisse Moser2
RESUMO
A presença maciça das mulheres na EJA é algo recente, porém, somente a presença das mulheres não
é garantia de permanência e êxito delas na EJA. Identificar quais os objetivos das alunas na EJA de
Urussanga quando do retorno ou ingresso no sistema escolar é fato importante para percepção se o
êxito dessas mulheres com seu retorno está sendo alcançado e tentar garantir sua permanência. Este
artigo tem por objetivo conhecer as condições da realidade das mulheres que frequentam a EJA,
unidade de Urussanga, descrevendo os motivos pelos quais voltaram ao sistema escolar e sugestões
que contribuam para evitar a repetição de situações anteriores, como a evasão e, em contrapartida,
colaborem para a solidificação da presença delas na modalidade, assim como, perceber quais os seus
objetivos para alcançarem o êxito por elas definido. Para alcançar esses objetivos o estudo teve sua
sustentação na pesquisa com abordagem qualitativa e quantitativa, partindo de um estudo bibliográfico
sobre a Educação de Jovens e Adultos no Brasil, focando na presença do sexo feminino nesta
modalidade de ensino e, posteriormente, na pesquisa de opinião direta aos frequentadores
(questionário) do sexo feminino da EJA de Urussanga. A primeira parte desse trabalho aborda
algumas observações sobre a situação da educação no Brasil, um breve histórico da EJA e a relação
das Mulheres com a EJA. Posteriormente o estudo apresenta os dados resultantes do questionário
aplicado onde se refere à realidade das alunas frequentadoras da EJA unidade de Urussanga, onde os
resultados apresentam que os motivos das mulheres no retorno na EJA, estão principalmente,
relacionados ao complemento do ensino básico para posteriormente arranjar um emprego ou um
emprego melhor. As mulheres também apresentaram como motivo do retorno o êxito pessoal, o
incentivo da família e o exemplo para os filhos. O estudo da realidade dessas mulheres com base
bibliográfica e de opinião direta, é relevante, teoricamente, pois oferece acesso a estudos precedentes
relacionados à EJA e de relevância social, quando possibilita a tomada de atitudes por parte da escola
e comunidade que podem garantir a permanecia e êxito dos estudantes na EJA.
Palavras chave: EJA. Mulheres. Objetivo. Motivo. Permanência.
1 INTRODUÇÃO
É de extrema importância para a escola entender quais os motivos levaram os alunos
que frequentam a EJA a interromperem seus estudos em algum momento da vida, assim
como, saber quais os objetivos do retorno. Quando da percepção destes motivos e objetivos a
escola poderá efetuar um planejamento específico que atenda as necessidades reais dos
educandos. Um estudo deste tipo será capaz de levantar dados e possibilitar a quebra do
paradigma de que quem procura a escola busca apenas o certificado e a conclusão formal dos
estudos.
Acadêmico do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Profissional integrada à Educação básica na
modalidade PROEJA – IFSC – Email: [email protected]
2Professora orientadora Instituto Federal de Santa Catarina. Email: [email protected]
1

Além de proporcionar a escola elaboração de um planejamento, o levantamento de
dados possibilita uma aproximação do aluno com a escola, onde a escola poderá conhecer um
pouco mais de seu aluno. Outro fator a ser percebido é que uma escola não atraente e sem
sentido para o frequentador provoca a evasão. A evasão escolar é um dos vários problemas
enfrentados pela educação brasileira. Mesmo percebendo a evasão como um fracasso do
sistema escolar, ela se concretiza quando o aluno abandona as aulas no decorrer do ano letivo.
Arroyo (2007) já dizia que a EJA é marcada por negações. São esses indivíduos
evadidos ou negados do ensino regular que serão frequentadores da EJA, posteriormente. Esse
fato é que possibilita a tomada de medidas para que o mesmo fenômeno não ocorra
novamente com estes indivíduos.
Essa evasão escolar anterior aliada a outros fatores, como a falta de preparo didático
dos professores, proporciona o distanciamento do aluno e possivelmente sua desistência
durante o ano letivo. Sobre a falta de preparo didático do professor, Oliveira (2001) alerta que
as situações de aprendizagem apresentadas não podem ser as mesmas do ensino regular, uma
vez que os adultos possuem habilidades e dificuldades específicas, e uma capacidade maior de
reflexão sobre si mesmo e o seu próprio processo de aprendizagem.
Arroyo (2003, p.20) reforça “que não será possível ensinar para participação,
desalienação e libertação de classe com os mesmos livros didáticos, a mesma estrutura e a
mesma relação pedagógica com que se ensinaram a ignorância e a submissão de classe”.
Um dos desafios da escola atual é tentar garantir a permanência dos jovens e adultos
no seu retorno ao sistema formal de educação, sua posterior conclusão da educação básica e
futura entrada no sistema de ensino superior, para aqueles que assim desejam, é claro.
Não podemos esquecer também que alguns alunos não desistem somente por questões
pedagógicas, desistem também por questões objetivas ou subjetivas, de gênero, de
preconceito, de trabalho, por exemplo. “Alguns param de estudar, pois, atingem seus
objetivos, como o ato de assinar seu próprio nome ou aprender a ler e escrever.”
(GONÇALVES, 2014. p.14)
Numa análise das matrículas efetuadas para o primeiro semestre do ano letivo de 2015,
na EJA unidade de Urussanga-SC, se constatou a quantidade de 37 alunos do sexo feminino.
Cada uma destas mulheres tem seus motivos que levaram a interromper/abandonar a trajetória
escolar na infancia e/ou adolescencia e busca por uma nova chance na EJA.
Para entendermos os motivos do abandono e do retorno, assim como tentar garantir a
permanência, se torna necessário perceber o cotidiano dos alunos e considerar sua vivência.
Cardoso e Ferreira (2012) destacam:

É importante conhecer a vida dos alunos, os hábitos de vivência dos mesmos, suas
experiências no cotidiano e, a partir daí, construir um projeto de ensino que atenda
suas reais necessidades. Muitos desses alunos que a escola recebe vivem uma
trajetória escolar cheia de idas e vindas, alguns até mesmo frequentam a escola
desde criança e, por razões diversas, acabaram abandonando os estudos e, depois de
adultos, retornaram. (Cardoso, Ferreira, 2012, p.63)
Diante da responsabilidade de todos participantes da EJA em garantir e solidificar a
presença dos frequentadores, é que uma pesquisa analisando o os motivos e objetivos da volta
à escola das mulheres, descrevendo os motivos pelos quais voltaram ao sistema escolar e
sugestões que contribuam para evitar a repetição de situações anteriores, como a evasão e
percebendo quais os seus objetivos para alcançarem o êxito por elas definido, servirá como
base para que novos métodos, principalmente pedagógicos e didáticos, sejam traçados,
buscando garantir a solidificação e permanência delas na EJA.
As ponderações apresentadas a seguir neste artigo trarão um breve relato da situação
atual da educação brasileira, da história da EJA, a relação das mulheres com a EJA e os
resultados do questionário aplicado as mulheres da EJA unidade de Urussanga, apresentando
os principais dados sobre seus objetivos do retorno a rotina escolar. Ao final serão
apresentados as considerações apontando resultados, possíveis contribuições e limitações da
pesquisa.

  1. A SITUAÇÃO DA EDUCAÇÃO NO BRASIL: ALGUMAS OBSERVAÇÕES
    A educação no Brasil possui um histórico sinuoso. Esta sinuosidade reflete em índices
    que demonstram problemas mais graves em relação a outros países. Um desses problemas se
    refere a investimento e, consequentemente, qualidade no ensino. Para ilustrar, enquanto nossa
    economia figura entre as dez melhores do mundo, a educação tem a colocação oposta,
    aparecendo entre os piores. De acordo com o Educationat a Glance (EAG) 2014 (Educação
    em revista – tradução livre) o Brasil utilizou anualmente de recurso público em educação por
    aluno US$ 2.985 (R$ 6.74) enquanto os países da OCDE investem US$ 8.952 (R$ 20.23).
    Esse investimento significa um terço do que é investido, em média, pelos países da
    Organização para a Cooperação Desenvolvimento Econômico (OCDE)3.
    Dados retirados do relatório da OECD de 2014. Disponível em: http://www.oecd.org/edu/Education-at-a-
    Glance-2014.pdf
    3

Essa falta de investimento do governo aliada a professores despreparados, evasão,
escolas sucateadas, alunos em situação social de risco, para citar alguns, podem ser
considerados motivos pelos vários casos de insucesso da educação no Brasil.
Além dos problemas estruturais, é repassado a educação, atribuições e deveres que em
alguns momentos aparentam tornar ela como único meio salvador da pátria. São várias as
atribuições delegadas à escola, onde a mesma adquiriu o caráter de ser única responsável pela
educação, sendo esquecido em alguns momentos o papel do restante da sociedade, da família
por exemplo. Freire (2000, p.67) discorre “[…] se a educação sozinha não transforma a
sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda […]”.
O significado de educação e o papel do sistema escolar é algo amplo que ultrapassa a
formação acadêmica didática, pois é papel da escola trabalhar o cognitivo, mas também
apresentar e preparar o indivíduo para a vida social e o mundo do trabalho. Se tratando da
EJA essas funções do sistema escolar são ainda mais evidenciadas, já que o público
frequentador, em sua maioria, deposita todas as suas forças e foca seus objetivos nessa nova
oportunidade de inserção ao sistema escolar e social.
Outro ponto a ser percebido e repensado em relação à educação no Brasil é a
diversidade do público frequentador. Essa diversidade deve ser considerada e entendida para
que os participantes não sejam vistos como possuidores de uma história única. Na EJA, o
público também é diverso. “Estes são sujeitos da diversidade, diversidade esta étnica,
monetária e de objetivos e considerá-los como um grupo homogêneo, pessoas pouco
escolarizadas, aceitar que todos são iguais se torna um problema.” (KERN, 2014, p. 25).
Sendo a EJA em alguns momentos considerada como último recurso para uma participação na
vida escolar, a evasão se torna um item de extrema importância a ser discutido e pesquisado.
Entender e identificar os motivos pelos quais os alunos abandonam a nova ou única
possibilidade de participar do ambiente educacional como alunos é algo indispensável.
Nesse sentido “penso que a reconfiguração da EJA não pode começar por perguntar-
nos pelo seu lugar no sistema de educação e menos pelo seu lugar nas modalidades de ensino.
(…) O ponto de partida deverá ser perguntar-nos quem são esses jovens e adultos.”
(ARROYO, 2006, p.22). Essa reconfiguração está ligada a evolução da EJA e que pode ser
percebido numa analise do seu histórico.
2 BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇAO DE JOVENS E ADULTOS- EJA

A EJA surge como um instrumento capaz de oferecer a seu público alvo a
possibilidade de acesso a conhecimento, competências, informação, direitos e principalmente
o sentimento de sujeito participativo na sociedade. “A educação nos oferece condições para a
crítica […] dos direitos individuais e coletivos e prepara o indivíduo para interagir
politicamente, exercendo a condição transformadora do conhecimento […]” (RAMOS;
BREZINSKI, 2014, p. 09).
O conhecimento é a peça fundamental na sociedade moderna e a EJA é o conjunto
de aprendizagens formais ou não formais dos indivíduos que enriquecem seus
conhecimentos e habilita suas competências a fim de atender suas necessidades em
função que a sociedade lhe impõe. (ARROYO, 2003, p. 12)
Historicamente, a educação é citada nas constituições de 1824, 1891, 1934, 1946,
1988, por exemplo, onde em suas linhas é apresentada a garantia de educação a todos. Essa
referência de educação para todos cria uma sensação de que se a Lei determina, logo é
cumprida. Sendo o acesso garantido para todos, a EJA é incluída e seu debate é realizado
desde o tempo do vigor das referidas Leis. “É importante destacar aqui a distância entre a
legislação e sua efetivação, pois a existência da legislação não significa efetivamente a
garantia do direito.” (RAMOS; BREZINSKI, 2014, p. 36).
A prática da educação para jovens e adultos teve seu início na colonização
desenvolvida desde a colonização portuguesa no Brasil, com os Jesuítas, os quais ensinavam
através da religião. Já a EJA como modalidade de ensino reconhecida, ganha força com os
seus marcos legais a partir de 1980, tendo um caráter inclusivo e como política social, sendo o
seu público alvo, os indivíduos que por algum motivo não puderam concluir seus estudos na
idade ordinária e convencional,
Em relação aos marcos legais e a legislação atual, que tratam da EJA, temos como
referências os seguintes documentos: a Constituição de 1988; a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB/1996); o Parecer n. 11/2000; a Resolução n. 01/2000 e a Resolução
n. 3/2010, o que comprova que a formatação da EJA é relativamente recente, merecendo
destaque e relevantes discussões atuais (RAMOS; BREZINSKI, 2014, p. 35).
Faltou uma finalização do tópico e introdução para o próximo tema.

  1. EJA E MULHERES
    As mulheres, historicamente foram sujeitos marginalizados socialmente, onde
    garantias de direitos e participação efetiva na sociedade foram conquistas recentes. No que
    toca a educação, a situação não difere.

Valle (2010. p.36) observa:
Vale ressaltar que as mulheres são historicamente excluídas da escola não só pela
necessidade de trabalhar, pelas condições financeiras ou indisponibilidade de vagas,
ou ainda pelo insucesso na escola, mas também por razões culturais referenciadas
nas relações de gênero: “mulher não precisa estudar”.
Especificamente na educação brasileira a inserção das mulheres, ressaltando que as
mulheres enquanto sujeitos também não são um grupo homogêneo, na educação tem seu
início no período imperial. “Durante séculos as mulheres estiveram submetidas à estrutura
patriarcal […] e começou a mudar no século XIX, quando a educação feminina começou a ser
associada à modernização da sociedade, à higienização da família […].” (LEONCY, 2013.
p.8).
Mesmo essa mudança no século XIX não garantiu uma participação efetiva das
mulheres no sistema educacional. Para Carvalho (1999, p 22), “a incorporação da mulher no
sistema educacional brasileiro é recente […] nos últimos trinta anos que a mulher vem se
beneficiando da lenta expansão e democratização do acesso à escola […].”
Com base nesta percepção de possibilidade de acesso ao sistema educacional e
posteriormente ao mercado de trabalho a EJA surge como uma oportunidade às mulheres.
Este aumento pode ser exemplificado de acordo com a pesquisa nacional por amostra de
domicílios (PNAD) de 2012, onde 53.4 % dos alunos matriculados no ensino médio da
Educação de Jovens e Adultos (EJA) eram mulheres.
3.1 OS OBJETIVOS DAS MULHERES NO RETORNO A ESCOLA
A volta à rotina escolar por parte das mulheres apresenta objetivos individuais e
distintos, desta forma, os êxitos também serão distintos e individuais. Gonçalves (2014. p.11)
aponta que “os alunos têm objetivos diferentes para entrar, permanecer e concluir ou não a
escola e o objetivo principal, não é necessariamente, a busca por certificações ou conclusão
formal”.
São vários os motivos e objetivos do retorno à escola por parte das mulheres, algumas
para adquirir conhecimento, garantir melhor emprego, ser contratada, não perder o emprego,
conhecer novas pessoas, buscar melhores condições de vida para si e sua família. Leão (2006,
p.36) reforça que “a escola é uma experiência em que entram em ações valores, projetos de
vida, expectativas […]” e atenta ainda que “[…] a motivação do jovem diante da escola se dará
em face da forma como cada um elabora sua experiência de crescer em meio à desigualdade
social e do significado que a educação irá adquirir em sua vida.”

Atentando para alguns dos motivos citados anteriormente para o retorno ou busca pela
escolarização em fase adulta das mulheres, focamos no que está relacionado ao mercado de
trabalho. Diante da busca por iguais condições sociais as mulheres adentram ao mercado de
trabalho e em determinado momento é exigido delas uma qualificação da mão de obra, seja
braçal ou intelectual. Oro, Weschenfelder e Stecanela (2010. p. 8) descrevem que:
A inserção das mulheres no mercado de trabalho traz consigo uma mudança no
modo em que elas passam a se relacionar com a escolarização. A pressão das
mulheres pela conquista de igualdades, relacionadas a cargos e salários, vem
acompanhada pela qualificação profissional, mesmo que atuem em funções que ela
não seja necessária, o mínimo que se obriga é o término da escolarização
obrigatória.
Outros motivos ou objetivos de retorno bastante comuns estão ligados à alfabetização,
ao sentimento de sujeito atuante, necessidade básica de assinar o seu próprio nome, a solidão
da casa. Rieger e Jesus (2011. p. 168):
Uma característica frequente das mulheres que ingressam numa sala de EJA é sua
baixa auto estima muitas vezes reforçada pelas situações de fracasso escolar, ou até
mesmo a solidão de ficar em casa enquanto os outros membros da casa estão
estudando, ou trabalhando, quando retornam estão cansados e não lhe dão a atenção
devida. Essas mulheres retornam à sala de aula revelando uma auto-imagem
fragilizada expressando sentimentos de insegurança e desvalorização pessoal frente
aos novos desafios que se impõem.
Nesta mesma linha de raciocínio, especificamente as mulheres quando voltam a
estudar ou ingressam pela primeira vez, propiciam a si a chance da libertação de identidade,
expressão, sentimento de sujeito ativo e emancipador.
Freire (1990 apud RIEGER, JESUS. 2011. p. 167) afirma:
Mas a libertação das mulheres é a luta delas. Elas precisam criar sua própria língua.
Tem de exaltar as características femininas de sua língua, apesar de terem sido
socializadas para dissimulá-la e para encará-la como fraca e indecisa. No processo
de sua luta, tem que usar sua própria língua e não língua dos homens. Creio que
essas variações de língua (língua feminina, língua étnica, dialetos) estão
intimamente interligadas com a identidade, coincidem com ela e são sua expressão.
Ajudam a preservar o senso de identidade e são absolutamente necessárias no
processo da luta pela libertação.
Percebendo essa diversidade de motivos e objetivos de retorno a escola por parte das
mulheres, devemos considerar a afirmação de Rieger e Jesus (2011. p. 168) que “as mulheres
buscam na escola mais do que conteúdos prontos a serem reproduzidos, como cidadãs elas

querem se sentir ativas e participativas e algumas sonham em conseguir frequentar uma
faculdade.”
Essa pluralidade de objetivos de retorno ao sistema escolar exige da escola uma
mudança. Mudança essa em todos os seus campos, porém, focando principalmente na forma
de ensinar e aprender. O desenvolvimento de atividades educacionais não deve ter,
exclusivamente, como foco os conhecimentos específicos da disciplina. Deve-se considerar
outras possibilidades que não sejam ensinar esses conteúdos e trabalhar aspectos relacionados
à cidadania é um deles. Nesse sentido, explorar estratégias pedagógicas em diferentes
ambientes de aprendizagem pode se apresentar como uma interessante alternativa para manter
a atenção, o interesse e os objetivos dos educandos. (RAMOS; OECHSLER, 2014. p. 92).
A partir da hora que a escola assumir esta postura poderá oferecer as mulheres
estudantes da EJA uma oportunidade de emancipação. Sendo apenas uma escola tradicional e
repetitiva da sociedade, excludente, as mulheres que fazem parte da EJA, que são pessoas de
modo geral, trazem consigo crenças e valores arraigados não conseguirão enxergar a escola
como um meio para subverter seu cotidiano de opressão e dominação. (LEONCY. 2013. p.
34)
O tradicionalismo do ensino está relacionado ao paradigma do exercício, onde, de
acordo com Ramos e Oechsler (2014, p. 93), “[…] o professor expõe o conteúdo no quadro
negro ou branco […] e, em seguida, sugere aos alunos que resolvam os exercícios que estão no
livro didático ou numa lista preparada por ele […].” Em contraponto temos o cenário para
investigação, definido por Skovsmose (2000, p. 66 apud RAMOS; OECHSLER. 2014. p. 92)
como “[…] um ambiente que pode dar suporte a um trabalho de investigação […] no qual os
alunos são convidados a se envolverem em processos de exploração e argumentação
justificada.”
Debatendo objetivos e motivos, tratamos também de evasão, pois a escola não
conhecendo seu publico, não atendendo alguns dos desejos e objetivos, dos educandos, ou
quando o aluno atingiu o êxito por ele esperado, o mesmo poderá se evadir da escola. Então,
devemos perceber que essas situações refletem em alguns momentos o fracasso ou sucesso do
sistema, e não somente como a desistência do aluno ou o sucesso do sistema, quando do
alcance dos objetivos.

  1. O CAMINHO DA PESQUISA
    A pesquisa possui um papel importante nesta futura permanência já que o interesse por
    um assunto, no caso a permanência ou não permanência das alunas, e a busca por respostas

aparentemente simples podem mobilizar grandes esforços de educandos e equipes de
educadores. (SILVA. 2014)
Com a finalidade principal de conhecer os motivos e objetivos do retorno das
mulheres à escola na EJA unidade de Urussanga o estudo teve sua sustentação na pesquisa
qualiquantitativa, sobre a Educação de Jovens e Adultos no Brasil, focando na presença do
sexo feminino nesta modalidade de ensino e posteriormente na aplicação de um questionário
misto as alunas da EJA de Urussanga.
Por possuir um questionário misto, a pesquisa demonstra o caráter qualitativo, pois
possibilitou em diversos momentos a apresentação das ideias das alunas e desprende uma
analise subjetiva que respeita as diferenças e semelhanças. Para Bicudo (2006. p. 106) o
caráter qualitativo “engloba a ideia do subjetivo, passível de expor sensações e opiniões.”
Além de qualitativa ela se enquadra como quantitativa, pois trouxe a opção de
mensura em números tanto na coleta quanto no tratamento das informações, utilizando-se
técnicas estatísticas, objetivando resultados que evitem possíveis distorções de análise e
interpretação, possibilitando uma maior margem de segurança (DIEHL, 2004). O método de
analise de dados foi o de conteúdo, organizados por categorias e apresentados em
porcentagem.
A pesquisa foi direcionada às mulheres matriculadas da EJA no ensino fundamental e
médio, unidade de Urussanga, com idade mínima de 18 anos e que estavam cursando pelo
menos uma disciplina no bloco A4 no primeiro semestre de 2015.
O projeto foi inicialmente apresentado direção da instituição, assim como o
questionário, para que houvesse aprovação e autorização de aplicação do mesmo.
Como técnica de pesquisa e coleta de dados foi utilizada a opção do tipo questionário.
Marconi e Lakatos (2003, p.201) definem o questionário como “[…] instrumento de coleta de
dados constituído por uma série de perguntas, que devem ser respondidas por escrito.”
O questionário e o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) foram
impressos e repassados a 20 alunas matriculadas e frequentadoras na EJA unidade de
Urussanga, em dias e horários de aulas. Os mesmos foram respondidos e recolhidos na mesma
data de sua entrega, assim evitando perda ou extravio dos questionários, agilizando a coleta de
dados e obtenção de resultados.
4
Bloco A é relativo ao 6º ano do ensino fundamental e ao 1º ano do ensino médio.

  1. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
    Com a aplicação do questionário com 15 questões mistas, a 20 mulheres estudantes na
    EJA unidade de Urussanga, houve a possibilidade de traçar o perfil socioeconômico das
    alunas da EJA, discorrendo também sobre variados aspectos da vida escolar dessas mulheres.
    Das frequentadoras entrevistadas 50% estavam entre a faixa etária de 18 a 30 anos e
    40% estão entre 31 a 40 anos, sendo que 95% do total se declaram de cor/etnia branca. Além
    disso, 45% das mulheres são casadas, 65% delas têm filhos, variando de um a três filhos.
    Em relação ao trabalho 70% das frequentadoras trabalham, sendo que do total de
    entrevistadas 35% são as responsáveis pela renda principal da casa, enquanto outros 35%
    possuem o marido como principal fonte de renda. Além desses, pai e mãe também foram
    citados como fonte de renda da casa. Percebendo a grande quantidade de alunas trabalhadoras
    se entende que as mesmas possuem rotinas duplas, ou triplas de trabalho, algo comum as
    mulheres que lutam por melhores condições sociais. Essa rotina de estudantes-trabalhadoras
    têm as dificuldades potencializadas pela dupla ou tripla jornada que enfrentam, o que interfere
    no rendimento na escola e no trabalho, e as expõe também a alguns riscos ocupacionais como,
    por exemplo, os de acidentes de percurso. (ALVES, 2011. p. 51)
    O casamento, a reprovação excessiva, o não gostar de estudar, o cuidado de um
    familiar, o trabalho, as dificuldades de condução foram os motivos citados como causadores
    da saída nos estudos regulares. Dentre esses, o casamento e o trabalho foram os mais citados.
    Sobre o trabalho é perceptível no discurso a necessidade de trabalhar e ajudar financeiramente
    a família como algo relevante na vida dessas mulheres. Em relação ao casamento uma das
    entrevistadas citou que casou e “o marido não aceitava que eu continuasse a estudar.”
    Quando indagadas sobre a série que estavam quando do abandono escolar, 35%
    afirmaram que abandonaram em alguma série do ensino médio, 60% delas declararam que
    abandonaram durante o ensino fundamental e 5% delas, representando uma aluna, declarou
    que não parou, se formou no ensino médio, porém a escola fechou e a mesma não consegue
    retirar documentos comprovando a sua conclusão. Um fato a ser atentado é que das 20
    entrevistadas apenas 04 estão cursando o ensino fundamental, o que comprova que 08 das 12
    que declararam ter parado de estudar no ensino fundamental, concluíram o mesmo na EJA
    após o seu retorno.
    Ao questionar as alunas sobre ter algum arrependimento de ter parado de estudar, 17
    delas declararam que sim, e os motivos citados pelo arrependimento foram: “deixar os filhos
    em casa para estudar”, “falta de conhecimento escolar”, “dificuldade para arrumar emprego”,
    “poderia estar cursando uma faculdade”. Três mulheres declararam não ter arrependimento

por ter parado de estudar. Duas delas explicaram: “Não! Porque pra mim naquele momento
aquilo era a coisa certa a se fazer, não tinha condições de continuar” e “Não, pois foi por
pouco tempo (7) meses e nesse período foi bom para mim, pois me mostrou o quanto é
importante estudar e não abrir mão do futuro.”
O arrependimento da desistência anterior no ensino regular aliado ao preconceito e a
discriminação podem ser motivos, ou não, para a volta ao sistema escolar. O preconceito está
ligado com a intolerância que os seres humanos cultivam em relação às condições que
assumimos ou que somos forçados a assumir, defronte a sociedade: religiosa, sexual,
econômica, educacional. No caso dessas mulheres especificamente neste momento, em
relação a não formação educacional formal. A discriminação e o preconceito possuem
significado teórico muito forte e, na prática, assume um significado que é extravasado pelos
sentimentos, podendo provocar bastante prejuízo, tanto moral quanto sentimental às pessoas
que são alvos de uma dada forma deste fenômeno. (MONTEIRO; RIBEIRO; SILVA. 2010. p.
3). Esse fato é percebido quando 70% das entrevistadas já sofreu ou se sentiu discriminada em
algum momento. “A dificuldade para conseguir emprego sem o ensino médio”, “as piadas dos
amigos e familiares”, “a vergonha de falar que não completou o 2º grau” e o “julgamento por
ter parado de estudar”, são algumas das formas de preconceito e discriminação apontadas nas
respostas do questionário.
A volta à escola se ocorreu por diversos motivos. Esse retorno exigiu quebra de
barreira e paradigma, já que essas mulheres em algum momento abandonaram a educação
formal por motivos já citados e que posteriormente tiveram que ser superados para garantia do
retorno. O retorno à escola “significa um marco decisivo no restabelecimento dos seus
vínculos com o conhecimento escolar, libertando-os do estigma do analfabetismo e dos
sentimentos de inferioridade” (OLIVEIRA. 1996. p. 37). Das entrevistadas 40% declararam
que retornaram pelo motivo de “Completar os estudos para arranjar emprego melhor”, 25%
declaram retornaram pelo “Êxito Pessoal”, “Ser alguém na vida”, e os 35% restantes ficou
dividido entre “Incentivo da família”, “Completar o ensino médio” e “Exemplos para os
filhos”. Foi comum no discurso das mulheres a relação do “Ser alguém na vida” com a
obtenção de um emprego melhor. As falas a seguir evidenciam isso: “Crescer
profissionalmente, êxito pessoal”; “Garantir um futuro melhor para minha filha e tendo um
emprego melhor”; “Vendo muitos estar trabalhando em um lugar e ganhando bem e eu
fazendo trabalho duro e ganhando mal”.
Quando indagadas sobre quais os seus objetivos na EJA, 20,83% afirmaram que é
“Completar o ensino médio mais rápido e fazer um curso técnico/profissionalizante”, 20,83%

“tem como objetivo “Completar o ensino médio mais rápido e continuar estudando
(faculdade)”, 20,83% citaram que seu objetivo é “Completar o ensino médio rápido”, 20,83%
tem como objetivo “aprender”, 8,33% afirmaram que é “Completar o ensino médio e ter um
diploma”, 4,17% relataram como objetivo “Participar ativamente da vida escolar” e 4,17 tem
como objetivo “Completar o ensino médio e arranjar um emprego”. Esses dados deixam claro
a diversidade de sujeitos e suas singularidades em relação ao objetivo na EJA e ao mesmo
tempo que entra em contradição com as palavras já citadas de Gonçalves (2014, p.11) que “os
alunos têm objetivos diferentes para entrar, permanecer e concluir ou não a escola e o objetivo
principal, não é necessariamente, a busca por certificações ou conclusão formal”.
Essa diversidade de objetivos vai exigir da escola uma preparação para que os alunos
tenham seus objetivos atendidos, sendo ele a conclusão formal ou a participação ativa na vida
escolar, garantindo assim a permanência dos mesmos na EJA. Essa preparação infelizmente
não é notada em todas as escolas.
A diversidade de objetivos pode estar ligada a miscigenação cultural, e pode ser
notada quando Bannel (2001, p.122) afirma “cada sala de aula está inserida em um contexto
sociocultural, que é plural, marcado pela diversidade de grupos e classes sociais, visões de
mundo, valores, crenças, padrões de comportamentos, etc.[…]”.
Outro fato a ser notado é que quando perguntadas sobre o que as fez retornar a escola
40% delas declarou ter retornado para completar os estudos e arranjar um emprego melhor,
porém quando indagadas sobre os objetivos após seu retorno apenas 5% citaram objetivos
relacionados ao emprego. Durante a aplicação do questionário foi deixado claro que os
motivos do retorno, eram relacionados à quando estavam fora da escola, já os objetivos após
estarem na escola, o que demonstra que após começarem a frequentar as aulas os seus
objetivos sofrem influencia do sistema escolar.
A relação do estudo com o trabalho é algo presente na educação em vários níveis,
então, a necessidade da análise ontológica e histórica do trabalho e a integração do currículo
na educação, já que uma das funções da escola é formar o cidadão para o trabalho.
O campo educativo, da escola básica à pós-graduação, no quadro do ajuste
global, é, então, direcionado para uma concepção produtivista, cujo papel é
o de desenvolver habilidades de conhecimento, de valores e atitudes e de
gestão de qualidade, definidas no mercado de trabalho, cujo objetivo é
formar, em cada indivíduo, um banco de reservas de competência que lhe
assegure empregabilidade. (FRIGOTTO, 2000, p. 34)
A palavra “rápido” apareceu em mais de 60% das respostas enquanto a palavra
“aprender” foi citada em 20% das respostas. Esse fenômeno pode estar ligado a juvenilização

dos alunos da EJA, onde muitos buscam essa modalidade pelo fato de o ensino médio e
fundamental poder ser finalizados na metade do tempo do ensino regular. Essa possibilidade,
assim como a exclusão escolar, a repetência, como exemplos, fazem com que muitos alunos
abandonem o ensino regular e, esperem completar idade mínima para procurarem a EJA
posteriormente. “A forte presença de jovens nestas modalidades de ensino se deve, em grande
parte, a problemas de não-permanência e insucesso no ensino “regular”.” (RODRIGUES,
2010, p. 100).
Os objetivos da volta à rotina escolar estão intimamente ligados ao que as alunas
esperam e/ou desejam aprender na EJA. Em relação a essa questão, nas respostas apareceram
diversos desejos de aprendizagens: “Algo que auxilie na minha profissão”, “um pouco de
cada disciplina”, “o suficiente para me formar”, “A me relacionar com outras pessoas”, “Algo
sobre as coisas do mundo”, “A escrever”, “O que não aprendi na escola regular”, “Aprender e
ser preparada para uma faculdade” e “Sobre cálculos”. Tiveram maior incidência nas
respostas, aprender um pouco de cada disciplina com 32%, aprender o suficiente para me
formar e algo sobre as coisas do mundo com 16% cada e aprender o que não aprendi na escola
regular com 11%.
Essas respostas transmitem e reforçam a ideia de que a EJA precisa ter a preocupação
com a emancipação e contextualização, já que as alunas tem o desejo de aprender os
conteúdos das disciplinas relacionados com sua rotina ou até mesmo aprender a conviver em
sociedade. “Eu pretendo aprender as coisas de maneira que eu vejo o mundo” declara uma das
alunas em sua resposta. Essa necessidade das alunas exige do professor uma formação e
didática que consigam dar sentido ao que é ensinado. “Ser professor […] para levar o aluno a
aprender, é participar de decisões que envolvam o projeto da escola, lutar contra a exclusão
social, relacionar-se com os alunos, com os colegas da instituição e com a comunidade do
entorno desse espaço”. (ENS, 2006, p. 19).
Freire (ano) reforça a necessidade de se trabalhar partindo da realidade:
(…) discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em
relação com o ensino dos conteúdos. Por que não aproveitar a experiência
que tem os alunos de viver em áreas da cidade descuidadas pelo poder
público para discutir, por exemplo, a poluição dos riachos e dos córregos e
os baixos níveis de bem estar das populações, os lixões e os riscos que
oferecem a saúde das gentes. Por que não há lixões no coração dos bairros
ricos e mesmo puramente remediados dos centros urbanos? (FREIRE,
1997, p.30).

Outra aluna declarou: “gostaria de aprender tudo que não aprendi na escola regular e
terminar meus estudos”. Essa declaração deixa clara a necessidade da EJA não ser uma
repetição dos modelos didáticos da escolar regular.
A frequência na EJA e, posteriormente os objetivos com a EJA, podem ser
interrompidos por algumas dificuldades encontradas pelos alunos frequentadores. Quando
indagadas sobre as dificuldades de ir e permanecer nas aulas, 20% apontaram não ter
dificuldade, 16% apontaram o transporte, 16% o cansaço físico, 12% o horário do trabalho,
8% o horário de início da aula, 4% a sala quente, 4% o nervosismo nas avaliações, 12% em
deixar os filhos em casa, 20% não tem dificuldade, 4% a falta de concentração e 4% a
dificuldade de aprender.
Além das dificuldades de ir à escola e permanecer nela, as alunas apontaram em suas
respostas dificuldades encontradas especificamente em sala de aula, na relação aluno x
professor x escola x colegas. Das entrevistadas 48% responderam não possuir dificuldades em
sala de aula, 28% apontaram como dificuldade a didática ou despreparo do professor, 5% o
uso do celular, 5% a conversa durante a explicação, 5% dificuldade na leitura e 9% citaram o
calor das salas.
“Existe o despreparo dos professores, onde estamos em uma matéria e o assunto da
aula é outro, será que não tem um plano de aula? Professor que quer dar em 2 meses o que
daria em 1 ano sem interagir com os alunos” e “ Sim em algumas matérias os professores não
se fazem por entender e nos complicam ainda nosso modo de pensar” são alguns dos
discursos da alunas entrevistadas.
As respostas apresentadas em relação às dificuldades de ida, frequência e permanência
na EJA deixam claro que ao atrair o adulto para a escola, é preciso garantir que ele não a
abandone. O uso de material didático inadequado para a faixa etária, os conteúdos sem
sentido, as metodologias infantilizadas aplicadas por professores despreparados e os horários
de aula que não respeitam a rotina de quem estuda e trabalha são fatores que influenciam na
evasão e automaticamente no não alcance dos objetivos por eles traçados na volta a rotina
escolar na EJA. (SILVA, 2009, p. 21).

  1. CONSIDERAÇÕES FINAIS
    A tríade mulher, educação e EJA é objeto de estudo atual de vários pesquisadores
    devido a sua íntima relação. Diante desse fato buscamos com a pesquisa justamente entender
    essa relação e identificar os motivos e objetivos do retorno a escola das alunas frequentadoras

da EJA Urussanga que podem influenciar na futura no alcance de objetivos e êxito das
mesmas.
Como toda pesquisa algumas dificuldades foram encontradas. Uma delas foi organizar
e atingir o máximo de público para aplicação e recolhimento dos questionários, já que o
sistema utilizado na EJA unidade Urussanga é o presencial por disciplina o que provoca que
os frequentadores não necessariamente estão todos os dias na escola. Existem alunos que
frequentam uma única disciplina, consequentemente um único dia de semana está na
instituição.
Outro ponto considerado foi o empenho e motivação das alunas em participar da
pesquisa e responder o questionário. Nossa busca se deu em motivar o público a participar da
pesquisa de forma plena, com respostas autenticas, pensadas e que expressassem a real
situação destas alunas. Porém, foi percebido quando do tratamento dos dados, que muitas
delas responderam de forma objetiva as questões ou não responderam algumas das
indagações, utilizando apenas o sim ou não. Além disso, algumas das participantes
constantemente entraram em contradição.
Observamos através dos resultados que os motivos das mulheres no retorno na EJA,
estão principalmente, relacionados ao complemento do ensino básico para posteriormente
arranjar um emprego ou um emprego melhor. As mulheres também apresentaram como
motivo do retorno o êxito pessoal, o incentivo da família e o exemplo para os filhos. Esses
motivos entram em contradição com os objetivos por elas apontados já que a maioria afirmou
que seu objetivo é completar o ensino médio mais rápido e continuar estudando e uma
pequena porcentagem apontou o acesso ao emprego ou um melhor emprego como objetivo.
A pesquisa serviu como um instrumento da EJA unidade de Urussanga em relação a
mulheres frequentadoras, pois através dela, percebemos alguns dos objetivos e motivos que
elas buscam na EJA e quais mudanças podem ser necessárias para a permanência das alunas
nesta modalidade de ensino. Dentre as mudanças podemos citar, por exemplo, a melhora na
situa
Por estar lecionando na Unidade da pesquisa e com algumas dessas mulheres, hoje em
sala de aula encontro subsídios nos resultados da pesquisa para planejamento de minhas aulas,
além disso, pretendo em um próximo momento apresentar esses resultados a direção da escola
e ao corpo docente, para que o mesmo suscite uma discussão no planejamento dos professores
integrantes da Unidade. Diante do cenário percebido é perfeitamente cabível um projeto de
intervenção relacionado aos objetivos do retorno a escola das mulheres frequentadoras na EJA
Unidade de Urussanga, assim como um aprofundamento na questão da evasão.

REFERÊNCIAS
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Atividade I

Dona Jacira está muito contente porque hoje é o dia de sua formatura na turma de alfabetização do Centro Comunitário. Finalmente aprendeu a ler e escrever. Quando tinha 7 anos, o pai não a deixou ir à escola, disse que isso só servia pra escrever cartinhas para namorados. Ela precisava ajudar a mãe na cozinha da fazenda onde trabalhavam e em 1950, o pai dizia que pretos e pobres não precisam de escola. Porém, as coisas mudaram e dona Jacira precisou morar na cidade, onde leitura e escrita eram muito importantes e ela dependia de outras pessoas para fazer coisas muito simples, como tomar um ônibus. Agora, mesmo idosa, seria mais independente do que nunca. 

Analisando as mudanças que ocorreram na sociedade brasileira a partir da década de 1950, explique as razões pelas quais crianças abandonavam a escola em décadas anteriores e por que questões que envolvem as desigualdades de gênero e étnico-raciais, como o fato de dona Jacira ser mulher, negra e pobre, podem ter sido motivações para a sua saída da escola.

********** Resposta em Análise ******

Evasão escolar é o ato de deixar de frequentar as aulas, ou seja, abandonar o ensino em decorrência de qualquer motivo. Esse problema social que, infelizmente, é comum no Brasil, afeta principalmente os alunos do Ensino Médio.

Evasão escolar

Evasão escolar é o que ocorre quando um aluno deixa de frequentar a escola e fica caracterizado o abandono escolar, e historicamente é um dos tópicos que faz parte dos debates e análises sobre a educação pública. Vários fatores podem ocasionar a evasão

onar o ensino em decorrência de qualquer motivo. Esse problema

social que, infelizmente, é comum no Brasil, afeta principalmente os

alunos do Ensino Médio.

Evasão escolar

Evasão escolar é o que ocorre quando um aluno deixa de frequentar a

escola e fica caracterizado o abandono escolar, e historicamente é um

dos tópicos que faz parte dos debates e análises sobre a educação

pública. Vários fatores podem ocasionar a evasão escolar.

Qual o conceito de evasão escolar?

Quando se trata de evasão escolar, entende-se a fuga ou abandono da

escola em função da realização de outra atividade. A diferença entre

evasão e abandono escolar foi utilizada pelo Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira/Inep (1998).

Quais as causas da evasão escolar?

Os principais motivos que contribuem para a evasão escolar são: escola

distante de casa, falta de transporte escolar, não ter um adulto que

leve o aluno até a escola, falta de interesse, qualidade do ensino,

doenças, dificuldade do aluno, ajudar os pais em casa ou no trabalho,

necessidade de trabalhar, falta de

O que fazer para acabar com a evasão escolar?

Para evitar a evasão escolar, a solução é investir em tecnologia. Um bom

exemplo é usar jogos e aplicativos que ofereçam uma maior interação do

aluno com a escola, estimulando o aumento do interesse do aluno pelo

ambiente escolar. A Agenda Digital também pode ajudar a evitar a evasão

escolar.

Qual o índice de evasão escolar no Brasil?

Uma pesquisa encomendada pelo banco digital C6 Bank, realizada pelo

Instituto Datafolha, aponta que cerca de 4 milhões de estudantes

brasileiros, com idade entre 6 e 34 anos, abandonaram os estudos em

2020, o que representa uma taxa de 8,4% de evasão escolar.

Qual o papel da escola sobre evasão escolar?

O papel da escola no combate à evasão escolar está justamente em

acompanhar a frequência e o engajamento dos alunos. Esse acompanhamento

permite que alunos que vivem em condições de risco ou de violência

possam ser identificados e encaminhados a órgãos competentes

As principais causas da evasão escolar e como evitar

A evasão escolar acontece quando o aluno deixa de frequentar as aulas,

caracterizando desta forma o abandono da escola durante o ano letivo.

Existem muitos desafios para as instituições de ensino no Brasil e a

evasão escolar é um dos principais deles.

As causas da evasão escolar são variadas, podemos citar algumas como as

condições socioeconômicas, culturais, geográficas e também questões

referentes ao plano didático e pedagógico e a baixa qualidade de ensino.

Motivos para a evasão escolar

Existem diversos motivos que contribuem para a evasão escolar, sendo que

a ocorrência da evasão frequentemente está presente nos anos iniciais do

ensino fundamental até o ensino médio.

Os principais motivos que contribuem para a evasão escolar são: escola

distante de casa, falta de transporte escolar, não ter um adulto que

leve o aluno até a escola, falta de interesse, qualidade do ensino,

doenças, dificuldade do aluno, ajudar os pais em casa ou no trabalho,

necessidade de trabalhar, falta de interesse e proibição dos pais de ir

à escola… É importante salientar que, o ensino fundamental é obrigatório

para as crianças e adolescentes de 6 a 14 anos, sendo responsabilidade

das famílias e do Estado garantir à eles o acesso a educação.

Consequências do abandono escolar

Os estudantes que abandonam a escola costumam ter baixa estima, o que

acaba por dificultar as suas relações sociais e profissionais. Entrar no

mercado de trabalho se torna mais difícil e a qualidade dos serviços

prestados é nivelada por baixo, tendo em contrapartida uma remuneração

mais baixa.

Isso acaba por gerar um sentimento de desmotivação, consolidando ainda

mais a desigualdade no Brasil.

As soluções para combater a evasão escolar

É preciso que os gestores, coordenadores e professores se reúnam e

avaliem os alunos, tentando desta forma detectar se há dentro do corpo

discente estudantes propensos a essa situação. Esse é um dever da

escola.

Um bom sistema de gestão escolar permite que relatórios de

acompanhamento e dados comparativos de desempenho entre alunos e turmas,

faltas e outras informações, ajuda a identificar de forma fácil e

objetiva indicativos de que o aluno tem a propensão à evasão escolar,

permitindo mais efetividade na ação de combate.

Detectar o problema é o primeiro passo para buscar formas de resolvê-lo.

A verdade é que todos precisam de incentivo, e não só, mas deve ser dada

atenção maior aos que já apresentam as características que levam à

evasão escolar.

Detectado o problema, é preciso avaliar a forma de agir: recorrer à

família para buscar uma solução conjunta, por exemplo, afinal, nem

sempre a ausência dos filhos na escola é conhecida pelos pais.

Num segundo momento, quando os esforços da escola com a família não são

suficientes, é hora do Conselho Tutelar ou o Ministério Público serem

acionados.

Dicas e estratégias para diminuir a evasão escolar

A evasão escolar tem uma ligação mais forte com a desmotivação do aluno

do que a necessidade de conciliar trabalho com estudo. As estratégias

para diminuição da evasão escolar devem ser pauta corrente dentro da

escola.

Ao contrário do que comumente se é avaliado, a maioria daqueles que

desistem da escola não o fazem por conta do trabalho, mas porque não se

sente motivados pela própria escola.

Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas em 2009, cerca de 40% dos

alunos que abandonam o Ensino Médio o fazem por falta de interesse,

enquanto 27% o fazem pela impossibilidade de conciliar estudos e

trabalho.

Para combater esse quadro e fazer com que os alunos permaneçam

estudando, pelo menos, até a conclusão do Ensino Básico, são necessárias

medidas concebidas pelas próprias escolas, de modo a estimular e

acompanhar decisões drásticas ou inconsequentes de seus alunos com

relação à educação.

Essas ações devem ser aplicadas durante o ano todo e, muitas vezes, um

acompanhamento individual de cada caso se faz necessário por parte da

equipe pedagógica. Veja aqui algumas dicas para diminuir a evasão

escolar:

Acompanhamento da frequência escolar do aluno

Além de ser uma medida necessária para a organização estrutural e

pedagógica da escola, é também uma estatística para que o gestor tenha

elementos que permitam uma análise com maior precisão no desenvolvimento

do processo de ensino e aprendizagem de seus alunos, elaborando

estratégias pedagógicas direcionadas a eles. O uso de um bom software de

gestão escolar permite o acompanhamento com relatórios e gráficos, que

permitem o gestor tomar decisões mais rápidas e assertivas.

Campanhas de incentivo à assiduidade

Cartazes, mensagens de incentivo à assiduidade: a gestão escolar pode

colar cartazes, enviar e-mails ou mensagens através de redes sociais de

incentivo aos alunos para pararem de faltar. No entanto, essas mensagens

devem preferencialmente ser de teor bastante cuidadoso, algo como

“sentimos sua falta nas aulas”, demonstrando acolhimento e cuidado,

fazendo com que o aluno ausente se sinta valorizado e amparado pela

escola.

LEIA MAIS EM:   A importância da aproximação com os pais no processo de

aprendizado do aluno

Falar com interlocutores

Contatar interlocutores próximos: o aluno que anda faltando normalmente

possui colegas mais próximos que podem lhe transmitir a preocupação da

escola de forma mais pessoal. Esse é um jeito humano e cuidadoso de

transmitir um primeiro alerta.

Diminuir a evasão escolar com a prevenção

A equipe gestora pode orientar a comunidade que atende, com cartazes,

visitas às famílias dos alunos, e-mails ou mensagens através de redes

sociais, tentando educá-la a combater a evasão escolar.

É possível reproduzir histórias de abandono escolar que tenham sido

revertidas, contando um final feliz que motive os alunos a continuar. O

importante é encontrar uma maneira de chegar até as famílias e mostrar a

elas que a escola se preocupa com os seus alunos.

Falar com a família

Tratar diretamente com o aluno e sua família: quando não tem mais jeito,

ou o aluno volta hoje para escola ou já está praticamente reprovado por

faltas, é preciso que a equipe tente uma última cartada e fale

pessoalmente com ele e sua família sobre a situação e suas consequências

para o futuro.

Nesse sentido, vale uma avaliação de cada caso e não generalizações. Uma

conversa pessoal revelará os motivos reais das ausências do aluno e as

medidas cabíveis e possíveis que a escola poderá tomar e auxiliar o

estudante.

Dentre as principais razões pelas quais as crianças abandonavam a escola

nas décadas anteriores, podemos destacar:

1ª) para ajudar no trabalho doméstico – nesse caso, essa tarefa ficava

mais com as crianças do sexo feminino, muito por conta da ideia de que a

menina deveria saber preparar alimentos e cuidar dos irmãos mais novos.

2ª) para ajudar os pais na lida com o trabalho na roça – esse trabalho

era realizado por meninos e meninas. Naquele época, o trabalho na roça

era bem mais manual e requisitava muita mão-de-obra de toda a família.

3ª) ignorância dos pais com relação à educação – nesse caso, a

ignorância era representada pelo fato de não saber o quanto a educação

poderia transformar a vida dos filhos. Desse modo, mesmo que os filhos

quisessem estudar, muitos pais não deixavam eles irem até a escola.

Desigualdade racial na

educação brasileira: um Guia completo

para entender e combater essa realidade

Reunimos os principais conteúdos do Observatório de Educação sobre o

tema para explicar o que é essa desigualdade e a importância da educação

para combatê-la.

EJA x Evasão Escolar x Racismo x Desigualdade Social
Autores para Embasar a Tese Documentário

Dentre as principais razões pelas quais as crianças abandonavam a escola nas décadas anteriores, podemos destacar: 

1ª) para ajudar no trabalho doméstico – nesse caso, essa tarefa ficava mais com as crianças do sexo feminino, muito por conta da ideia de que a menina deveria saber preparar alimentos e cuidar dos irmãos mais novos.
2ª) para ajudar os pais na lida com o trabalho na roça – esse trabalho era realizado por meninos e meninas. Naquele época, o trabalho na roça era bem mais manual e requisitava muita mão-de-obra de toda a família.

3ª) ignorância dos pais com relação à educação – nesse caso, a ignorância era representada pelo fato de não saber o quanto a educação poderia transformar a vida dos filhos. Desse modo, mesmo que os filhos quisessem estudar, muitos pais não deixavam eles irem até a escola.

************ ESTUDO DE PAUTA DE MATERIA DO GAZETA ***** 

Dentre as principais razões pelas quais as crianças abandonavam a escola

nas décadas anteriores, podemos destacar:

1ª) para ajudar no trabalho doméstico – nesse caso, essa tarefa ficava

mais com as crianças do sexo feminino, muito por conta da ideia de que a

menina deveria saber preparar alimentos e cuidar dos irmãos mais novos.

2ª) para ajudar os pais na lida com o trabalho na roça – esse trabalho

era realizado por meninos e meninas. Naquele época, o trabalho na roça

era bem mais manual e requisitava muita mão-de-obra de toda a família.

3ª) ignorância dos pais com relação à educação – nesse caso, a

ignorância era representada pelo fato de não saber o quanto a educação

poderia transformar a vida dos filhos. Desse modo, mesmo que os filhos

quisessem estudar, muitos pais não deixavam eles irem até a escola.

Desigualdade racial na

educação brasileira: um Guia completo

para entender e combater essa realidade

Reunimos os principais conteúdos do Observatório de Educação sobre o

tema para explicar o que é essa desigualdade e a importância da educação

para combatê-la.

Introdução

De caráter estrutural e sistêmico, a desigualdade entre brancos e negros

na sociedade brasileira é inquestionável e persiste com a fragilidade de

políticas públicas para o seu enfrentamento. De acordo com o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, os negros

representam 75,2% do grupo formado pelos 10% mais pobres do país.

Se realmente queremos construir uma sociedade igualitária, é necessário

compreender qual o papel que cada estrutura socioeconômica desempenha na

reprodução do racismo, a fim de desenhar estratégias eficazes para o seu

enfrentamento. Nesse cenário, o combate à desigualdade racial na

educação é essencial, enquanto elemento indispensável para qualquer

mudança, de modo que sem uma educação efetivamente antirracista não é

possível pensar em uma sociedade igualitária.

Ao longo deste especial, compilamos uma série de informações, dados e

análises aqui do Observatório de Educação – Ensino Médio e Gestão para

você compreender um pouco mais sobre a desigualdade racial na educação

brasileira e porque ela existe e permanece. Além disso, também abordamos

políticas públicas e iniciativas diversas de gestores de escolas

adotadas para enfrentar o problema , de modo a ilustrar como possível

trabalhar para reduzi-la.

Para ter acesso a mais conteúdos sobre o tema, distribuímos vários links

ao longo do texto, direcionando para diversos materiais selecionados,

disponibilizados e organizados aqui no Observatório de Educação.

Utilize-os para explorar conteúdos mais aprofundados disponíveis na

nossa plataforma sobre questões específicas relacionadas à desigualdade

racial na educação.

*********************

Desigualdade racial na

educação brasileira: um Guia completo

para entender e combater essa realidade

Reunimos os principais conteúdos do Observatório de Educação sobre o

tema para explicar o que é essa desigualdade e a importância da educação

para combatê-la.

25 MIN LEITURA

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Introdução

De caráter estrutural e sistêmico, a desigualdade entre brancos e negros

na sociedade brasileira é inquestionável e persiste com a fragilidade de

políticas públicas para o seu enfrentamento. De acordo com o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por exemplo, os negros

representam 75,2% do grupo formado pelos 10% mais pobres do país.

Se realmente queremos construir uma sociedade igualitária, é necessário

compreender qual o papel que cada estrutura socioeconômica desempenha na

reprodução do racismo, a fim de desenhar estratégias eficazes para o seu

enfrentamento. Nesse cenário, o combate à desigualdade racial na

educação é essencial, enquanto elemento indispensável para qualquer

mudança, de modo que sem uma educação efetivamente antirracista não é

possível pensar em uma sociedade igualitária.

Ao longo deste especial, compilamos uma série de informações, dados e

análises aqui do Observatório de Educação – Ensino Médio e Gestão para

você compreender um pouco mais sobre a desigualdade racial na educação

brasileira e porque ela existe e permanece. Além disso, também abordamos

políticas públicas e iniciativas diversas de gestores de escolas

adotadas para enfrentar o problema , de modo a ilustrar como possível

trabalhar para reduzi-la.

Para ter acesso a mais conteúdos sobre o tema, distribuímos vários links

ao longo do texto, direcionando para diversos materiais selecionados,

disponibilizados e organizados aqui no Observatório de Educação.

Utilize-os para explorar conteúdos mais aprofundados disponíveis na

nossa plataforma sobre questões específicas relacionadas à desigualdade

racial na educação.

O que é a desigualdade racial na educação brasileira?

Na sociedade brasileira as diferenças sociais entre brancos e negros são

nítidas no cotidiano. Além do aspecto econômico, no qual pessoas pretas

e pardas (a combinação desses grupos forma a classificação negra,

segundo o IBGE) são maioria entre as que possuem rendimentos mais

baixos, a persistência de situações de maior vulnerabilidade, indicada

por evidências nos campos da educação, saúde, moradia, entre outros,

mostram evidente desequilíbrio na garantia de direitos em prejuízo para

a população negra. É possível também observar a sub-representação entre

líderes de equipes nas empresas, juízes e políticos.

Nessa perspectiva, o professor da University of Texas, Marcelo Paixão,

esclarece como podemos definir a desigualdade racial e qual o papel dos

dados para que os gestores possam elaborar políticas e práticas de

combate às desigualdades raciais expressas também no espaço escolar ou

na educação brasileira.

O que dizem os dados

De acordo com o estudo “Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no

Brasil”, do IBGE, em 2018, a taxa de analfabetismo entre a população

negra era de 9,1%, cerca de cinco pontos percentuais superior à da

população branca, de 3,9%. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios Contínua (PNAD), também do IBGE, o percentual de jovens

negros fora da escola chega a 19%, enquanto a de jovens brancos é de

12,5%.

Gráfico representando os jovens fora da escola. Fonte: IBGE

Nos últimos anos foi, observada queda do abandono no Ensino Médio tanto

entre estudantes brancos quanto negros. Apesar de positiva, a informação

precisa ser complementada com a observação de que a distância nos

últimos anos pouco se alterou (permanece estável entre 2,5 e 3 pontos

percentuais), mantendo a desigualdade. Além disso, o último dado, de

2018, mostra que a queda segue entre os estudantes brancos, ao contrário

do índice entre os alunos negros (subiu de 7,7% em 2017 para 7,8% em

2018), com possibilidade de agravamento diante da pandemia do

Coronavírus, conforme conteúdo da seção Em Debate que abordou o assunto

Gráfico representando a trajetória histórica do abandono. Fontes: Censo

Escolar – Microdados da situação de final de ano letivo, (INEP)

Outros dados sobre a desigualdade racial na Educação e também o

depoimento do professor Marcelo Paixão estão disponíveis na seção

Educação em Números, do Observatório da Educação, que você pode acessar

por meio deste link . O roteiro disponível, com perguntas orientadoras,

auxilia a análise, que pode explorar recortes como idade, faixa de

renda, ano, entre outros.

Além de uma análise profunda dos dados atuais, conhecer os aspectos

históricos do Brasil é fundamental para compreender a origem e os

motivos da perpetuação da desigualdade racial na educação do nosso país.

Aspectos históricos do racismo no Brasil

Última nação do ocidente a abolir a escravatura, o Brasil, entre o fim

do século XIX e início do XX, não criou nenhuma condição para a inserção

digna da população negra na sociedade. Ao contrário, diversas obras,

políticas e instituições disseminaram a ideia de um país mestiço, no

qual o convívio é harmonioso entre as diferentes raças.

Dessa maneira, o racismo estrutural foi sendo construído como processo

histórico, que, segundo Pires e Silva, hoje funciona como:

“uma espécie de sistema de convergência de interesses, fazendo com que o

racismo, de um lado, implique a subalternização e destituição material e

simbólica dos bens sociais que geram respeito e estima social aos negros

– ciclo de desvantagens – e, de outro, coloque os brancos imersos em um

sistema de privilégios assumido como natural, como norma.” (PIRES e

SILVA, p. 66)

Assim, o conjunto de preconceitos direcionados à população negra

encontra-se enraizado no inconsciente e na subjetividade de indivíduos e

instituições, se expressando em ações e atitudes discriminatórias

regulares, mensuráveis e observáveis. Violência policial atingido na

grande maioria das vezes a população negra, maior número de mortes

proporcionalmente aos doentes na atual crise da Covid-19 e todos os

dados de desigualdade na educação já mencionados são alguns exemplos.

Ao mesmo tempo, muitos avanços foram conquistados ao longo das últimas

décadas a partir da luta histórica dos movimentos negros, que muitas

vezes não é visibilizada devido ao mesmo racismo que ousa enfrentar. A

professora Nilma Lino Gomes, em recente seminário on-line promovido pela

Fundação Santillana , apontou:

“Fica parecendo que no Brasil tudo acontece sem conflito, mas nós somos

uma sociedade em ebulição. Isso tem sido mostrado nos últimos tempos,

mesmo que se inspirando contraditoriamente na realidade estado-

unidense.”

Conforme apontou o antropólogo, professor da Universidade de São Paulo

(USP), Kabengele Munanga, parte da mudança está na desconstrução do mito

da superioridade branca e da inferioridade negra e ameríndia que

atravessa todos os campos da educação, informação e imagem, reproduzidas

cotidianamente e interiorizadas por toda a sociedade. De acordo com o

antropólogo, é na educação principalmente que se constroem essas imagens

estereotipadas e discriminatórias do sujeito e da população negra, de

modo que apenas a prática educativa tem o poder de desconstruí-las: “Só

a própria educação é capaz de desconstruir os monstros que criou e

construir novos indivíduos que valorizem e convivam com as diferenças.”

Outras pesquisas, vídeos e documentos sobre o tema estão disponíveis no

CEDOC do Observatório da Educação, acessível através deste link.

O impacto do racismo no acesso à escola

Hoje em dia, as escolas possuem marcas dessa história e os indicadores

educacionais são reflexo de uma situação muito comum para os jovens

negros: a de precisar buscar inserção no mercado de trabalho muito cedo,

como forma de colaborar para a subsistência do grupo familiar.

Conforme a educadora e gestora da educação Macaé Evaristo, esse conflito

entre o trabalho e a escola e, por consequência, a evasão escolar, é uma

das marcas da desigualdade racial no Brasil:

“Os jovens ainda vivem muito um conflito entre educação e trabalho em

que as condições de vida impõem a opção pelo trabalho. Precisamos

investir em melhores condições de atendimento a essa população”,

explica. Além disso, essa população é maioria nas escolas com menor

estrutura, o que favorece a evasão e o baixo desempenho na aprendizagem.

“Os jovens das comunidades mais vulneráveis têm acesso a escolas com

infraestrutura mais precária, que no geral têm profissionais de educação

sem a formação desejada nas áreas do currículo demandadas para o Ensino

Médio”, conclui Macaé Evaristo.

Para a intelectual negra Sueli Carneiro, fundadora do Geledés –

Instituto da Mulher Negra, o racismo estrutural presente nas escolas

gera situações traumatizantes para os estudantes negros.

“O pós-abolição não restitui essa humanidade retirada – a escola reitera

isso. Não é gratuito que nossas primeiras experiências com o racismo têm

a ver com a entrada na escola”, afirma.

Leia o artigo completo da seção Em Debate do Observatório da Educação

através deste link para saber mais sobre as reflexões de Macaé Evaristo

e Sueli Carneiro na construção de projetos e práticas educativas que

combatam a desigualdade racial na educação

Diante de tudo isso, o abandono e o baixo desempenho na educação básica

seguem muito mais altos para os estudantes negros, uma situação que

ainda carece de políticas públicas efetivas, mas que vinha apresentando

avanços, principais no âmbito legal, como a Lei 10639 de 2003.

A Lei 10639: História e cultura africanas na sala de aula

Além dos pontos já abordados, a própria construção curricular das

escolas favorece a manutenção da desigualdade. Ao longo da construção do

sistema educacional brasileiro, a seleção e estruturação dos conteúdos

escolares foi organizada por uma perspectiva eurocentrada, na qual a

visão da população branca foi priorizada em detrimento das outras etnias

e culturas. Assim, os negros, mais da metade da nossa população, não se

veem representados nos conteúdos lecionados.

“Quando uma cultura se impõe sobre a outra – como aconteceu no Brasil –

é ela que fala. Há, portanto um lugar de poder. Você forma crianças

(brancas, negras, indígenas) para pensar o branco, o negro e o indígena

de uma determinada forma. Você cria um imaginário, criado em crianças

brancas, negras e indígenas que irão ocupar diferentes lugares sociais.

A hierarquização irá acontecer, e ao final você tem violência e

conflitos raciais. A escola tem um lugar determinante na construção do

imaginário” explica a pesquisadora Cida Bento, do Centro de Estudos das

Relações de Trabalho e Desigualdade.

Nessa perspectiva, a Lei 10639, de 2003, foi uma conquista

importantíssima para adotar perspectivas mais democráticas e diversas.

Construída a partir de inúmeras manifestações dos movimentos negros, a

lei estabeleceu a obrigatoriedade de conteúdos sobre a história e

cultura africana e afrobrasileira nos currículos da Educação Básica

Porém, a simples abordagem de conteúdos não é suficiente. Sem uma

avaliação que coloque a representatividade, o racismo, a diversidade e

outros temas em debates alinhados com sujeitos historicamente excluídos,

não colocaremos a discussão das relações étnicorraciais no centro do

processo de construção curricular. Sem esse tipo de debate e inclusão, a

escola pode seguir sendo apenas mais um espaço de reprodução de

desigualdade racial na educação e instigar inclusive situações e

discussões violentas entre diferentes grupos raciais.

Acesse o artigo completo “Currículo, desigualdades e diversidades no

Ensino Médio” da seção Em Debate através deste link e saiba mais sobre

as discussões para a inclusão de grupos historicamente excluídos no

centro da construção curricular.

O papel da gestão escolar no combate à desigualdade racial

Conforme abordado neste artigo da seção Em Debate do Observatório de

Educação, a educação antirracista é um conjunto de ações que não se

limitam a resolver os conflitos cotidianos motivados por questões

raciais. Assim, construir essa educação implica necessariamente a

revisão do currículo, garantindo sua pluriversalidade, bem como a

composição de um corpo docente etnicamente diverso e formado em

competências curriculares que abranjam a cultura e a história de povos

africanos e ameríndios.

Nessa perspectiva, o gestor tem papel fundamental para desenvolver meios

que possibilitem a construção dessa representatividade e a redução do

preconceito de forma mais ampla, estabelecendo uma educação antirracista

mais efetiva do que a simples inserção de conteúdos nos currículos. Na

Escola de Ensino Fundamental Godofredo Acrisio Ericeira, no município de

Bacabal, no Maranhão, foi realizado um trabalho combinando esses

conteúdos curriculares com o resgate dos saberes escondidos na memória

dos mais velhos, construindo conhecimentos valorizando a característica

quilombola da comunidade onde a escola está inserida. Confira o

depoimento da gestora Clarice Morais Araújo sobre a iniciativa.

Você pode conferir esse e outros conteúdos sobre o papel da gestão

escolar para o combate à desigualdade racial através deste link, na

Coleção do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades.

O papel do docente e o acesso ao Ensino Superior

Apesar do avanço no debate do racismo e da valorização da diversidade

cultural proporcionado pela Lei 10639, ela ainda encontra algumas

barreiras, sobretudo na rede pública. Além da falta de livros didáticos

adequados aos temas, problemas na formação de professores contribuem com

as dificuldades já enfrentadas.

Em muitos casos, a formação curricular das universidades também possui

uma perspectiva eurocentrada, visto que a construção dela tem como base

pesquisadores brancos, já que a presença de outras etnias foi muito

pequena no meio acadêmico durante vários anos. A partir de ações

afirmativas, como as cotas para ingressos de negros, indígenas e pessoas

de baixa renda nesses espaços, esse cenário apresentou uma melhora.

Fundamentais para proporcionar acesso ao Ensino Superior a esses grupos,

as cotas foram instituídas nacionalmente nas universidades públicas em

2012, com a Lei 12711. Além de buscar tornar o acesso ao ambiente

acadêmico mais equânime, a presença de negros e indígenas é fundamental

para promover a valorização da diversidade cultural e construir

conhecimentos que colaborem com a aplicação da Lei 10639, ajudando a

promover uma educação antirracista nas escolas do Brasil.

O ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, explica o longo processo

de negociação política para a efetivação da Lei 12711 e os impactos dela

no desempenho e na construção do conhecimento das universidades.

Esse vídeo faz parte da nossa série especial de vídeos com ex-ministros

da Educação. Você pode conferir todos na seção Luz, Câmera, Gestão do

Observatório da Educação através deste link . As cotas e a ampliação do

acesso ao Ensino Superior também são abordadas na entrevista do ex-

ministro Fernando Haddad, que você confere clicando aqui e também na

entrevista com o ex-ministro Tarso Genro, disponível aqui.

Preparação docente para uma educação antirracista

Naturalmente, o impacto dessa democratização de acesso ao Ensino

Superior terá impactos na educação básica no longo prazo, sobretudo com

a inclusão de mais professores negros. De acordo com um estudo de 2016

da Universidade John Hopkins, professores brancos possuem menos

expectativas positivas quanto ao futuro profissional e acadêmico de

alunos negros, o que favorece o desenvolvimento de situações de

conflitos ligados a discriminação racial. Concretiza-se, assim, uma

profecia autorealizadora, na qual os alunos que os educadores acreditam

que não aprenderão, ou aprenderão pouco, no final da trajetória

efetivamente não obtêm o sucesso acadêmico diante do apoio que foi

sonegado.

Diferença de expectativas entre professores brancos e negros com o

futuro de estudantes negros.

Fonte: Universidade John Hopkins

Enquanto isso, é fundamental que os gestores das escolas desenvolvam

ações de preparação dos professores para explorar os temas previstos na

Lei 10639, promover debates relacionados à diversidade cultural e saber

como identificar e minimizar a ocorrência de situações de racismo.

Na EEB Ildefonso Linhares, em Florianópolis (SC), o diretor Sérgio

Bertoldi desenvolveu ações de combate ao preconceito racial que tornava

o ambiente escolar repleto de conflitos. Começando pela preparação dos

professores, o projeto evoluiu para ações em parceria com a comunidade,

unindo alunos, educadores e famílias para fomentar a importância da

população negra na construção do País, em especial nas artes e na

cultura brasileiras.

Clique aqui para ler a 30ª edição do boletim Aprendizagem em Foco, que

aborda a pesquisa da Universidade John Hopkins e o projeto da EEB

Ildefonso Linhares, além de outros conteúdos relevantes sobre o papel da

gestão escolar para o combate ao racismo.

Soluções de gestão para o combate à desigualdade racial na educação

Como você pode notar, a desigualdade racial na educação brasileira é

complexa e com muitos desafios para ser combatida. Entretanto, muitos

profissionais da educação vêm buscando e implementando diferentes

estratégias que buscam valorizar a diversidade e combater o racismo.

Por isso, separamos mais algumas iniciativas que já estão fazendo a

diferença para o combate à desigualdade racial, que podem servir de

inspiração a gestores que estão começando a pensar meios de inserir suas

escolas nessa luta e também a todos que queiram fomentar esse debate em

seus espaços de fala. Confira!

1. Diálogo e valorização da cultura negra

A EMEF Oziel Alves Pereira, de Campinas, no estado de São Paulo, os

conflitos gerados pelas diferenças raciais foram reduzidos

institucionalizando diálogos sobre africanidades e valorização da

identidade através de oficinas de tererê, que valorizam a beleza do

cabelo de alunos e alunas negras.

2. Oficinas e exposições extraclasse para o combate ao preconceito

Na EEB Cel Antonio Lehmkuhl, o bullying motivado pelas diferenças entre

os alunos foi combatido através de oficinas extraclasse e exposições de

trabalhos construídos através de filmes, músicas e leituras orientadas,

possibilitando uma construção diferenciada da ideia de preconceito e

reduzindo conflitos.

3. Participação estudantil como ferramenta de motivação

A EEEP Emmanuel Oliveira de Arruda Coelho, no município de Granja, no

Ceará, enfrentava uma situação de desmotivação e dificuldades de

aprendizagem de vários estudantes, comum entre alunos negros e que vivem

em condições socioeconômicas difíceis. Assim, foram desenvolvidas

técnicas de gestão que incluíssem os educandos no processo de construção

do ambiente escolar, levantando ideias de projetos, desenvolvendo

lideranças e valorizando o diálogo deles com a direção da escola.

4. Representações negras na literatura e nos desenhos animados

Os livros infantis e os desenhos animados atuam na formação da

identidade e do aprendizado das crianças. Nessa perspectiva, a série de

livros “Nana e Nilo” tem como protagonistas duas crianças negras que

viajam o Brasil e a África explorando vários temas educativos.

Disponível também em animações presentes em várias plataformas, Nana e

Nilo colaboram para a auto-estima das crianças negras, bem como o

orgulho de sua beleza, história e identidade. Confira a entrevista com

seu criador, Renato Noguera.

Acesse o Banco de Soluções do Observatório de Educação para conhecer

outras iniciativas de gestores e professores para solucionar desafios do

cotidiano escolar, entre eles o combate ao preconceito e ao racismo e a

valorização da diversidade cultural.

Quer saber mais? Navegue pelos links distribuídos ao longo desta página

e explore outros conteúdos do Observatório da Educação.

Recapitulando

Gostou? Veja mais

***************

Título da sua atividade/unidade

Introdução (um ou dois parágrafos de, pelo menos, cinco linhas). Inicie o assunto, de acordo com a proposta. [Exclua esse texto para iniciar o seu].

Desenvolvimento (pelo menos dois ou três parágrafos de cinco linhas, cada). Explore o tema, embasando teoricamente, a partir do Material Didático/Complementar ou de pesquisas bibliográficas. Todos os autores citados devem ser referenciados ao final da atividade (item Referências). [Exclua esse texto para iniciar o seu].

Considerações Finais (um ou dois parágrafos de, pelo menos, cinco linhas). Apresente a que conclusões é possível chegar, isto é, feche a discussão apresentada por você. [Exclua esse texto para iniciar o seu].

Referências

SOBRENOME DO AUTOR (último nome), Prenome (primeiro e demais nomes). Título: subtítulo. Edição. Local: Editora, ano de publicação.

EXEMPLO

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed. Goiânia, GO: Alternativa, 2004.

ATIVIDADES 2
Metodologia Crianças x Adultos não é a mesma ainda que o conteúdo seja igual e o mesmo

Práticas de alfabetização adequadas aos adultos

Atividade IIDeise é professora de turmas de alfabetização há muitos anos. De manhã trabalha com o 1º ano do Ensino Fundamental e à noite trabalha na turma de alfabetização de adultos da mesma escola. Para facilitar sua vida, Deise aproveita as mesmas atividades nos dois grupos, uma vez que o conteúdo é o mesmo. Ao tomar conhecimento do fato, após uma aluna comentar que suas atividades eram iguais às atividades da netinha de 7 anos, a coordenadora pedagógica do período noturno chamou Deise para uma conversa, em que a professora foi orientada a não aplicar as mesmas atividades para as duas turmas e pesquisar atividades adequadas para cada uma delas.

Ao analisar a prática de Deise, o que há de inadequado em aplicar as mesmas atividades?

O que caracterizaria uma atividade adequada para adultos?

Os adultos do EJA educação Jovens e Adultos não são crianças, a vivência do adulto precisa ser levado em conta. Aulas precisam ser mais dinâmicas, levando em conta o dia a dia do adulto. Seria muito bom associar as experiências vividas enquadrando com a grade de alfabetização e ensinos que motivem o adulto através da associação aprenda com mais facilidade. É legal usar textos até trechos de músicas, vídeos, envolvimento com o assunto ensinado confrontando com a vivência do adulto dando a chance dele se expressar e interagir tanto com o professor quanto com os alunos. O método de ensino e associação de crianças é diferente do adulto devido à associação, o adulto associa o ensino às experiências vivenciadas, já a criança nem sempre terá a mesma associação.Dá muito bem para associar assuntos de revistas, manchetes de jornal até notícias do dia-a-dia como apoio didático. O ensino do EJA deve estar sempre conectado com o dia-a-dia do mundo adulto. O Adulto consegue até opinar sobre a metodologia aplicada a ele mesmo quando não conseguem associar ou tirar proveito do assunto ensinado, eles reclamam “rs”. 

Leitura é boa desde que haja compromisso com a rotina do adulto, contos, manchetes e poemas com abordagem adulta, recorra a reportagens até notícias. Um Lê, outro continua, tipo roda de leitura. Ler em voz alta e correr o risco de errar vai tirando o medo do adulto. Alguns aceitam ir à lousa e escrever suas idéias, outros precisam de alguns incentivos. Redigir pequenos textos podem ajudar na alfabetização, ainda que sejam receitas culinárias. O bom é poder colaborar com temas que forcem o aluno a redigir pequenos textos de memória. 

Concluindo, não se deve usar o mesmo método de alfabetização de crianças para alfabetizar os adultos, basta vivenciar e interagir com eles que a resposta e absorção de conteúdo vai ser muito produtiva, agradável e prazerosa.

Para que os estudantes de EJA aprendam a ler

e a escrever, é preciso respeitar algumas especificidades e acionar quatro situações didáticas

POR: Beatriz Vichessi, Melissa Diniz


07 de Março | 2018 https://audio4.audima.co/iframe-later-thin-audima.html?skin=thin&statistic=true&clientAlias=

O processo de alfabetização das turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) está ancorado em práticas indispensáveis de leitura e escrita que também são desenvolvidas com as crianças das séries iniciais do Ensino Fundamental. Isso não quer dizer que o professor vá trabalhar lançando mão dos mesmos materiais e estratégias com públicos tão distintos. Não faz sentido. Esse é, inclusive, um dos motivos que levam os mais velhos a fracassar e abandonar a escola (leia abaixo os depoimentos de três alunos dessa modalidade).

Embora exista uma variedade considerável de bons materiais organizados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelas secretarias estaduais e municipais do país (disponíveis gratuitamente na internet), muitos educadores ainda recorrem aos livros usados pela criançada. Um dos motivos é a falta de formação específica. A maioria das faculdades de Pedagogia negligencia a EJA e não prepara os educadores para lidar com as especificidades da modalidade. Estudo encomendado por NOVA ESCOLA à Fundação Carlos Chagas no ano passado aponta que lecionar para jovens e adultos é um fato abordado somente em 1,5% das disciplinas do currículo de Pedagogia.

Joel dos Santos, Geralda Lourenço e Manoel Pinheiro Fotos: Tatiana Reis e Jarbas Oliveira

“Adoro ir à biblioteca da escola. Atualmente, estou lendo obras que falam sobre a música brasileira.”
Joel dos Santos, 30 anos, aluno do Colégio Santa Cruz, na capital paulista

“Quando a professora escreve o que os alunos ditam, aprendemos como as palavras são escritas.”
Geralda Lourenço, 67 anos, aluna do Centro Educacional Sesc Ler, em Quixeramobim, CE

“Gosto das aulas em que a professora lê para a turma porque aprendo coisas sobre o mundo.”
Manoel Pinheiro, 82 anos, aluno do Centro Educacional Sesc Ler, em Quixeramobim, CE

Mas é fato: os alunos da EJA não são crianças grandes e não podem ser tratados como tal em sala de aula. “São pessoas com experiências de vida, já bastante recheadas de saberes. E, ainda que não formais, eles precisam ser levados em conta”, explica Vera Barreto, presidente do Vereda – Centro de Estudos em Educação. Além do mais, usar o material das crianças pode não despertar o interesse desses alunos. “Sabendo disso, é preciso escolher textos e músicas, por exemplo, que tenham a ver com o mundo desses estudantes e despertem a curiosidade deles, descartando o que é destinado aos pequenos”, diz Francisco Mazzeu, pedagogo e professor do Departamento de Didática da Faculdade de Ciências e Letras da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), campus de Araraquara. Atividades que envolvam poemas de Cora Coralina (1889-1985), contos de Luis Fernando Verissimo e crônicas de Walcyr Carrasco – entre outros gêneros e autores, reportagens de revistas e jornais sobre o aumento do salário mínimo ou canções de Erasmo Carlos, Neguinho da Beija Flor e Cauby Peixoto – são muito mais adequadas do que as propostas que usam parlendas e histórias em quadrinhos da Turma da Mônica e livros que reúnem contos como Chapeuzinho Vermelho. A seleção dos autores deve ser sempre feita de acordo com os temas que eles abordam – sempre precisam estar conectados diretamente com o mundo adulto – e, é claro, com a qualidade apresentada pelo material escolhido (conheça, na imagem abaixo, o exemplo de uma prática de leitura e na última imagem, uma atividade de escrita).

Outro fator decisivo para o sucesso do grupo está no discurso do educador. Ele deve conversar constantemente com os alunos sobre as estratégias que adota, expondo os motivos que o levam a organizar as atividades. “Muitos deles acham que ditar um texto para o professor não faz sentido e a leitura em voz alta feita por ele nada mais é que uma perda de tempo”, diz Sandra Medrano, coordenadora pedagógica do Centro de Educação e Documentação para Ação Comunitária (Cedac), em São Paulo. O histórico de fracasso escolar também precisa ser levado em consideração – para alguns estudantes, a possibilidade de errar ao ler e escrever amedronta, quando deveria, na verdade, ser encarada como uma etapa natural da aprendizagem.

Para colaborar com a atividade docente em EJA, NOVA ESCOLA apresenta as quatro situações didáticas de leitura e escrita, descritas por Sandra Medrano, que não podem faltar em sala de aula e traz detalhes sobre como trabalhar cada uma delas. Além disso, há exemplos de materiais a serem usados e sugestões de sequências didáticas, elaboradas por educadores que no dia a dia consideram as especificidades dos jovens e adultos.
É HORA DA RODA DE LEITURA
A Quarta Literária é um dos momentos mais esperados pelos alunos de EJA do Centro Educacional Sesc Ler de Quixeramobim, a 203 quilômetros de Fortaleza. Os educadores leem para as turmas obras do acervo da biblioteca, como Digo e Não Peço Segredo, de Patativa do Assaré (1909-2002). “É uma atividade importante para que os estudantes tenham contato real com o ato de ler”, diz a professora Ana Valéria Oliveira. (Crédito: Jarbas Oliveira)

1. Leitura pelo professor

O que é Momento em que o educador lê para a turma textos diversos (literários, informativos etc.). Os gêneros devem variar para que o repertório do grupo seja ampliado. Além de contos, crônicas e poemas com temática adulta, recorra a reportagens de jornais e revistas. Também é válido organizar audições de leitura de livros literários mais longos, trabalhando capítulo a capítulo. Atribua valor à atividade explicando que a intenção é formar os estudantes como usuários da leitura e da escrita e para isso é preciso vivenciar na sala de aula práticas semelhantes às realizadas fora da escola. Antes de iniciar a leitura, apresente o material a ser explorado. Ao final, retome a conversa, estimulando opiniões e questionamentos sobre o conteúdo (leia sequência didática).
Quando propor Diariamente.
Material Contos e crônicas de autores como Ignácio de Loyola Brandão, Adriana Falcão e Mario Prata, poemas de autores como Patativa do Assaré e Manoel de Barros, reportagens que abordem temas atuais e de interesse dos cidadãos, como as que tratam do sistema de transporte do município, livros como Alexandre e Outros Heróis, de Graciliano Ramos (1892-1953), e Capitães da Areia, de Jorge Amado (1912-2001).
O que o aluno aprende Os usos e as funções da escrita, as características que distinguem os gêneros textuais e as diferenças entre a linguagem oral e a escrita. Ele também se familiariza com a linguagem dos livros e jornais, aprende a opinar sobre o que foi lido, a apreciar o escrito e se emocionar com isso e a localizar várias informações.

2. Leitura pelo aluno para aprender a ler

O que é A possibilidade de ler listas ou textos conhecidos de memória. Sabendo o que está escrito, é possível antecipar o que vem a seguir, buscando indícios gráficos por meio do conhecimento das letras iniciais ou finais, que ajudam a refutar ou confirmar sua hipótese. Lembre-se de que nem sempre a situação de ler, arriscando-se a errar, é confortável para os estudantes dessa modalidade de ensino. Por isso, explique que é lendo – mesmo antes de saber fazê-lo convencionalmente – que se aprende a ler.
Quando propor Em dias alternados aos de atividades de escrita.
Material Listas como as de pratos para uma festa, de convidados para um sarau, de cantores preferidos e de compras no supermercado. Canções conhecidas do grupo, como Asa Branca, de Luiz Gonzaga (1912-1989) e Humberto Teixeira (1915-1979), sucessos de Roberto Carlos, Gilberto Gil, Alcione e outros artistas que a turma aprecie. Poemas de autores como Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) e Cecília Meireles (1901-1964). Eles tratam de temas próximos do universo dos adultos e apresentam produções de qualidade.
O que o aluno aprende O sistema de escrita, como ele funciona e o que tem de ser feito para colocar em ação as estratégias de leitura.
MOMENTO DO DITADO PARA O PROFESSOR
No Colégio Santa Cruz, em São Paulo, a professora Helena Meirelles trabalha a situação de escrita convidando a turma a produzir, coletivamente, um bilhete para os alunos de EJA de outra escola da cidade, recomendando um filme a que assistiram recentemente. “Eles ditam o conteúdo e eu sou a escriba. Assim, desenvolvem habilidades de produção de texto e conhecem as características dos gêneros textuais”, explica. (Crédito: Tatiana Reis)

3. Produção de texto oral com destino escrito

O que é Situação em que os estudantes ditam um texto e o professor o transcreve no quadro (leia sequência didática). Eles controlam o que é escrito e acompanham como se escreve. Alguns não participam, pois têm vergonha. Por isso, devem ser feitas perguntas para estimular todos a opinar.
Quando propor Várias vezes por semana, sempre que houver o uso da escrita.
Material Textos de referência como cartas publicadas em jornais e cartilhas com informações de saúde.
O que o aluno aprende Como se organizam as ideias de um texto e como se dá a passagem da linguagem oral para a escrita. Ele também compreende o processo de produção textual, incluindo a revisão, e conhece a estrutura e a linguagem do material que está produzindo.

4. Escrita pelo aluno para aprender a escrever

O que é A oportunidade de escrever o que é conhecido de memória (como poemas) ou listas (de ingredientes de receitas culinárias). Pelo fato de existirem alunos que acham que a cópia é mais adequada para aprender a escrever ou que não se pode escrever errado, explique que é preciso se arriscar a escrever, colocando em jogo o que se sabe e pensa.
Quando propor Em dias alternados aos de atividades de leitura.
Material Textos de referência ou sugeridos nas situações didáticas anteriores (considerando a possibilidade de se aproximar de uma situação de uso social da escrita), letras móveis e computadores com editores de textos instalados.
O que o aluno aprende A refletir sobre o sistema de escrita, representar graficamente o que quer comunicar e definir quantas e quais letras usar.

Reportagem sugerida por 18 leitores: Creuza Pereira da Silva, Dom Aquino, MT, Cynira de Andrade Aversari, Guarulhos, SP,Elinete Freitas da Costa de Souza, Macapá, AP, Jubilene Maria Belarmino, Itapissuma, MG, Juciane Fregadolli, Maringá, PR, Julimar Santiago Rocha, Salvador, BA, Kaliane de Macedo, Garanhuns, PE, Karlene Cabral Cunha, Codó, MA,Kerhgisvalda da Silva do Nascimento, Diadema, SP, Margeri Azambuja da Silva, Aparecida do Taboado, MS, Mairice Policena de Souza, Castelo de Sonhos, PA, Mara Cristina Ferraz Silva, Álvares MAchado, SP, Maria do Socorro Barbosa, Ibicaraí, BA, Miriam Graeff Stach, Panambi, RS, Pollyanna Morais, Itumbiara, GO, Sandra Balbys, Paulo Afonso, BA,Susana Dias Amaral, Vitória da Conquista, BA, e Zilda Maria Melo, Confresa, MT

Quer saber mais?

BIBLIOGRAFIA
Alexandre e Outros Heróis
, Graciliano Ramos, 206 págs., Ed. Record, tel. (11) 3286-0802, 32,90 reais
Capitães da Areia, Jorge Am

 

ado, 280 págs., Ed. Companhia das Letras, tel. (11) 3707-3500, 22 reais
Meu Livro de Cordel, Cora Coralina, 112 págs., Ed. Global, tel. (11) 3277-7999, 25 reais

INTERNET 
Proposta curricular do MEC para o 1º segmento do Ensino Fundamental da Educação de Jovens e Adultos 

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